Projeto analisa incluir lactantes como grupo prioritário na vacinação da Covid-19

Somente nos últimos dias, cerca de quatro Estados brasileiros decidiram incluir lactantes no grupo prioritário de vacinação da Covid-19. A decisão foi tomada no Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Projeto analisa incluir lactantes como grupo prioritário na vacinação da Covid-19
Projeto analisa incluir lactantes como grupo prioritário na vacinação da Covid-19. (Imagem: REUTERS/Tingshu) Wang

Originalmente, as lactantes não são mencionadas no Plano Nacional de Imunização (PNI) elaborado pelo Ministério da Saúde. No entanto, as unidades federativas interessadas na inclusão se mobilizaram para estudar a partir de qual estágio as lactantes podem fazer parte da vacinação da Covid-19

Cidades distintas dos Estados mencionados também optarem pela vacinação da Covid-19 em lactantes. É o caso da capital baiana, Salvador, e do município paranaense, Foz do Iguaçu. Em ambas as localidades, houve a inclusão de lactantes com bebês de até seis meses de idade. 

Por outro lado, em Osasco, na Grande São Paulo, a imunização para lactantes é ampliada para as mulheres com filhos de até dois anos de idade. Essas mesmas características também foram aprovadas pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro na última semana. 

Enquanto isso, um projeto com o mesmo tema foi apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo no mês de maio, embora ainda não tenha sido apreciado.

Na oportunidade, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, reforçou que segue e continuará respeitando as diretrizes do PNI, bem como do Programa Estadual de SP. 

A vacinação da Covid-19 em lactantes foi autorizada em determinados locais após grupo de mães que amamentam por todo o país reivindicarem esta inclusão.

Para o neonatologista, Renato Kfouri, do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), o risco quanto à imunização atinge apenas gestantes e puérperas, que podem evoluir a doença para um formato mais grave em virtude das mudanças oriundas da gravidez.

Neste mesmo sentido, um estudo foi realizado na última semana por pesquisadores do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Na ocasião, 20 funcionários do hospital receberam doses da CoronaVac entre o período de janeiro e fevereiro, posteriormente, identificou-se a indução de anticorpos contra a Covid-19 no leite materno, mesmo após quatro meses da mãe lactante ter sido imunizada.

Na oportunidade, a pneumologista Patrícia Barreto, da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que uma série de estudos foram capazes de identificar a presença de anticorpos no leite materno. Contudo, ela ressalta a necessidade de realizar novos estudos para verificar se a eficácia é a mesma nos bebês.

Ao analisar estudos atuais, a médica disse que mulheres lactantes não representam riscos para as mulheres que pegarem a doença.

“Independentemente da amamentação, é importante ressaltar que todas as mulheres têm comorbidade, como obesidade, diabetes ou pressão alta, por exemplo, devem ser vacinadas. Não há qualquer prejuízo para a qualidade do leite materno e para a amamentação”, explicou. 

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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