Após bater R$5,80 em março, atingir R$5,40 em abril e fechar maio em R$5,22, o dólar vem caindo ainda mais neste início de junho. Estimulando a expectativa do mercado de um dólar abaixo dos R$5.
A moeda fechou a última terça, 8, cotada a R$5,03 e seu valor pode vir a diminuir ainda mais nos próximos dias, de acordo com especialistas.
A valorização do real tem sido estimulado por um conjunto de fatores externos mais propícios, como a profusão de recursos no mercado internacional e o crescimento das exportações. Seguindo a retomada mundial da economia e a alta dos preços dos produtos básicos agrícolas e metálicas.
No front brasileiro, a alta da Selic (taxa básica de juros) também ajuda na entrada de dólares no Brasil, por conta da procura dos investidores por ganhos maiores.
Nas últimas semanas, a sensação é de otimismo em decorrência do crescimento da economia brasileira, melhora da arrecadação do governo e esperança de que dívida pública feche em patamar mais baixo do que o esperado. Mesmo com o risco fiscal do País ainda não ter saído do radar.
“É o resultado de uma enxurrada de dólares, euros e yuans no mundo”, disse Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultorias.
Ele acredita que um fluxo cambial mais potente e a possibilidade de um superávit da balança comercial de no mínimo US$ 25 bilhões a mais do que os US$ 50 bilhões computados em 2020 ajudem a reforçar a queda da cotação do dólar.
Nathan destaca que o fluxo cambial de 2021, até 28 de maio, estava positivo em US$ 11,4 bilhões, quando no mesmo período do ano passado, o saldo estava negativo em US$ 9,65 bilhões.
Isso significa que tem muito mais dólares entrando no Brasil. Segundo os cálculos de Blanche, a taxa de câmbio de equilíbrio seria de, no máximo R$ 4,50, porém destaca que o país ainda tem uma doença crônica que é o rombo nas contas públicas a atrapalhar.
“Não tem governo, não tem desempenho que vá para frente com o déficit crônico”, disse.