Ministro da Educação quer supervisionar questões do ENEM; isso é permitido?

Atualmente apenas um pequeno grupo tem acesso às provas do ENEM antes que ele seja aplicado. O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que pretende observar nas provas se elas são realmente teóricas, como devem ser.

Mais um debate quanto à elaboração do Exame Nacional do Ensino Médio de 2021. Agora, o Ministro da Educação quer ter acesso às provas antes que elas aconteçam. Mas, isso é permitido?

Quem tem acesso ao ENEM atualmente?

Na etapa de elaboração apenas algumas pessoas podem ter acesso à prova, são elas:

  • Pesquisadores do Inep;
  • Professores de diversas instituições de educação básica e de educação superior de estados diversos;
  • Pessoas do alto escalão do INEP.

Vale lembrar que o exame é cercado por um grande esquema de segurança que visa impedir que vazamentos aconteçam.

Legalmente falando Milton Ribeiro não é impedido de ter acesso à prova, mas precisará assinar um termo de sigilo em que se compromete a resguardar o processo.

Por que o MEC quer ter acesso à prova do ENEM antes da elaboração?

Ribeiro afirmou que pretender acessar a prova para evitar que nela contenham “perguntas subjetivas e de cunho ideológico”.

Ou seja, ele deseja que a prova seja realmente sobre os assuntos estudados pelos participantes.

“É [uma solicitação] diretamente minha. Creio que estou expressando a vontade da grande maioria da sociedade brasileira. Eu acredito que está na hora de a gente dar uma reviravolta — até mesmo uso esta palavra –, nestas questões do Enem. Os alunos estudam e são surpreendidos com questões que, em termos de avaliação, nada têm a ver com o conhecimento necessário para ele ter acesso ao ensino superior, sobretudo ao ensino superior público”, pontuou o Ministro da Educação durante entrevista à CNN.

Para exemplificar a questão levantada, Ribeiro relembrou duas questões do Exame passado, uma sobre a diferença salarial entre Marta e Neymar e outra sobre o dialeto dos travestis.

O Ministro da Educação afirmou que temas que podem ser debatidos devem ser utilizados na redação, que é o lugar onde os estudantes podem se expressar mais abertamente.

“A redação, a gente pode deixar um pouco mais aberta para a expressão da opinião dos alunos a respeito de determinados temas, mas não as perguntas objetivas”, afirmou o ministro.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.