Brasil corre o risco de fazer racionamento de energia elétrica com crise hídrica

Pela primeira vez, o governo federal emitiu um alerta de “risco hídrico” que abre possibilidade para que medidas que evitem um possível racionamento de energia. As providências devem ser aplicadas até outubro, período de escassez de chuvas e de seca na região sudeste e centro-oeste.

Brasil corre o risco de fazer racionamento de energia elétrica com crise hídrica
Brasil corre o risco de fazer racionamento de energia elétrica com crise hídrica (Foto: Sérgio Lima/Poder 360)

O alerta foi dado na última quinta, 27, pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico. Foi emitido também pelo Serviço Nacional de Meteorologia, um alerta de emergência hídrica para a bacia do Paraná até o mês de  setembro. O problema afetaria as regiões Sudeste e Centro Oeste.

As medidas abrem espaço para que a Agência Nacional de Águas (ANA) determine, já nas próximas semanas, a diminuição da vazão dos reservatórios de hidrelétricas.

A razão das medidas é o baixo volume de chuvas nos últimos meses. De acordo com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o volume de chuvas ficou abaixo do normal para o mês de maio, problema que pode piorar nos próximos meses. 

Os especialistas do setor afirmam que existe um risco real de cortes no fornecimento de energia entre os meses de setembro e outubro, pois o volume de chuvas só deve se normalizar em novembro.

Com a expetativa de menos chuva e de seca ainda mais forte nas regiões centro-oeste e sudeste do país, o governo criou um comitê de crise para cuidar do assunto.

Na reunião realizada na última quinta (27), integrantes do governo disseram que medidas de racionalização do consumo de energia já deveriam estar sendo aplicadas. Entre estas medidas, está a de retomar a bandeira vermelha na conta de energia elétrica dos consumidores.

A medida porém, bate nas esferas políticas do governo, que receiam o efeito dela na inflação que já afeta a população mais carente. Mas, o risco de acontecer um racionamento no segundo semestre cresce a cada dia. 

Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, diz que o governo já deveria ter criado formas para reduzir o consumo de energia em todo o país. Aplicando por exemplo, a bandeira vermelha e o reajuste no valor-referência para preços no mercado livre de energia.

“A matriz elétrica é muito refém do clima, em parte por falta de planejamento”, afirma Pires, que avalia que desde 2009 o Brasil é falho no planejamento e em medidas garantam a segurança energética ao país.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.