Inflação desacelera a 0,31% em abril; isso é um bom sinal para economia?

Em abril, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, desacelerou a 0,31%, após fechar o mês de março em 0,93%. Os medicamentos foram os que mais impactaram no resultado do índice, registrando alta de 2,69%. Saiba mais.

Inflação desacelera a 0,31% em abril; isso é um bom sinal para economia?
Inflação desacelera a 0,31% em abril; isso é um bom sinal para economia? (Imagem: Getty Images)

Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a variação do IPCA tinha fechado em 0,31%. O índice acumulava uma alta ser 2,37% no ano e de 6,76% em 12 meses, ficando acima dos 5,2% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e acima do teto da meta determinada pelo Banco Central para este ano.

A meta determinada é de 3,75%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos, sendo assim, ela pode variar entre 2,25% e 5,25%.

O IBGE é o responsável pela divulgação dos dados e é referente às famílias que possuem rendimento entre um e quarenta salários mínimos.

Medicamentos impulsionam a inflação 

Os medicamentos tomaram o lugar dos combustíveis no posto de impulsionador da inflação no mês de abril, com alta de 1,19%. O principal culpado foi o crescimento nos preços dos produtos farmacêuticos, com alta de 2,69% e impacto de 0,09 p.p no índice geral.

No dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado”, disse Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.

Os remédios anti-infecciosos e antibióticos, foram responsáveis pela maior variação, com 5,2%. Foram registradas também altas em produtos de higiene pessoal (0,99%), como perfumes (3,67%), artigos de maquiagem (3,07%), papel higiênico (2,90%) e artigos para cabelo (1,21%).

Após altas seguidas, combustível recuam

O grupo dos transportes foi impactado pela queda nos preços dos combustíveis, que variou -0,08% na inflação do mês de abril. Após 10 meses seguidos de crescimento, a gasolina recuou 0,44% em abril, e o etanol despencou 4,93%. 

“Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final. O etanol acaba seguindo a gasolina, porque atua como um substituto. Quando sobe o preço da gasolina, as pessoas migram para o etanol, e o preço dele sobe também”, explicou Kislanov.

No caminho contrário, mas ainda no setor de transportes, os preços de passagens aéreas subiram pela primeira vez neste ano, registrando 6,41%.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.