Redução de valor do auxílio emergencial afeta população mais pobre, diz pesquisa

Cortes no orçamento do auxílio emergencial amplia índice de pobreza em todo país. Na última semana, o governo federal encerrou a concessão da primeira parcela do coronavoucher em 2021. Cerca de 45 milhões de pessoas foram beneficiadas, mas pesquisas relevam que a redução do projeto resultou em 61,1 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza. Acompanhe.

Redução de valor do auxílio emergencial afeta população mais pobre, diz pesquisa (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)
Redução de valor do auxílio emergencial afeta população mais pobre, diz pesquisa (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Além de deixar mais de 410 mil mortos, o novo coronavírus vem impactando fortemente a economia do país.

Milhares de brasileiros perderam seus empregos e a inflação vem registrando altas históricas. Diante disso, a concessão de um programa de transferência de renda como o auxílio emergencial tem se relevado cada vez mais importante.

Após meses em debate o governo federal passou a renovar a liberação do coronavoucher para 2021. O benefício teve sua nova rodada iniciada no mês de abril e deverá durar até agosto.

No entanto, o número total de contemplados é de aproximadamente menos 15 milhões de pessoas e seu valor máximo de R$ 1.200 caiu drasticamente para R$ 375.

Sem auxílio emergencial, população passa fome

Estudos realizados pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP) relevou que a nova rodada do coronavoucher soma novos somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza.

Neste ano, a média de cálculo para a definição de pessoas pobres consideram uma renda mensal per capita (por pessoa) menor que R$ 469 por mês, ou US$ 5,50 por dia. Já a extrema pobreza é para aqueles que vivem abaixo dos R$ 162 mensais, ou US$ 1,90 por dia.

Antes da chegada da pandemia do novo coronavírus, o Brasil tinha cerca de 13,9 milhões de pessoas na pobreza.

As pesquisadoras Luiza Nassif-Pires, Luísa Cardoso e Ana Luíza Matos de Oliveira, autoras do estudo, explicam que a evolução desses índices significa que o atual auxílio emergencial de R$ 250 é insuficiente para equivaler as perdas financeiras motivadas pela atual crise econômica.

“Já havia um crescimento da pobreza antes da pandemia, isso só não se agravou no ano passado devido ao auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200. O novo modelo do auxílio, que sofreu um corte significativo, está deixando grande parte da população desamparada“, explicou Ana Luíza.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.