MOGI DAS CRUZES, SP — No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego no país ficou em 14,2%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios) do IBGE. Os dados divulgados nesta quarta, 31, revelaram a maior taxa já registrada no período desde 2012, quando a série histórica se iniciou.
O índice representa 14,3 milhões de pessoas em todo o país que estão em busca de uma oportunidade de emprego. Este número revela um aumento de 200 mil pessoas desempregadas quando comparamos com o trimestre anterior.
O IBGE afirmou que este é o maior número de desempregados desde o início da série histórica da pesquisa.
Quando comparamos com o período anterior à pandemia do coronavírus, é possível constatar que existem atualmente 2,4 milhões de pessoas sem emprego a mais do que no trimestre encerrado em janeiro do ano passado, quando a taxa registrou 12,2%.
O número de subocupados atingiu a 32,4 milhões, permanecendo estável frente ao trimestre anterior. Mas, dentre eles, 5,9 milhões de brasileiros se encontram em desalento, categoria que enquadra aqueles que desistiram de procurar uma oportunidade no mercado de trabalho. O resultado foi recorde na série do IBGE.
Sobe o número de população ocupada, ancorada na informalidade
Mesmo com a taxa elevada de desemprego, ela permaneceu estável em 14,3%, em comparação ao trimestre que terminou em outubro, que é usado como parâmetro de comparação.
Adriana Beringuy, analista da pesquisa, ressaltou que a população ocupada cresceu 2% no trimestre, chegando a 86 milhões de pessoas.
Ela destaca, porém que, por espelhar a situação do trimestre, o crescimento está apoiado na expansão que já havia sido constatada em novembro e dezembro de 2020, e mostra que houve desaceleração nesse crescimento.
“Percebemos um processo de recuperação impulsionado pelas atividades de comércio, alguns serviços e pelo trabalho informal, mas esse resultado tem que ser visto com a ressalva de que há na composição dois terços do final de 2020. A gente ainda não tem as informações de fevereiro e março, com o cancelamento das festas de carnaval e o momento atual de mais restrições”, disse Adriana.
O IBGE aponta que este aumento de 1,7 milhão de cidadãos ocupados, é decorrente principalmente da informalidade. Do total de ocupações geradas no trimestre encerrado em janeiro, 81% foram postos informais.