- População brasileira vive com salário insuficiente, diz pesquisa;
- Atual piso nacional está 4 vezes abaixo da média inflacionária;
- Brasil tem uma das piores médias salariais do mundo.
Novos dados do Dieese revelam que população vive com o salário 4 vezes menor que o necessário. Na última semana, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos liberou um balanço afirmando que o valor do salário mínimo nacional para sustentar uma família, em fevereiro, deveria ter sido de R$ 5.375,05. Abaixo, entenda se há previsão de reajuste.
Além de matar milhares de pessoas, a pandemia do novo coronavírus vem desestabilizando fortemente a economia brasileira. O
s últimos dados do Dieese mostraram que a população está vivendo com o salário mínimo 4,89 vezes menor que o necessário para manter uma família de dois adultos e duas crianças.
De acordo com o levantamento, atualmente apenas R$ 5,4 mil mensais seria o suficiente para suprir despesas básicas de qualidade como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência. No entanto, o atual pagamento é de R$ 1.100 para parte significativa da população.
Cesta básica impacta no salário mínimo
Para poder fazer a média o Dieese contabiliza o preço da cesta básica em 17 capitais nacionais. Ao longo do mês de fevereiro os alimentos apresentaram mais uma alta, o que significa que está ainda mais caro fazer feira.
A cidade com o maior ajuste foi Florianópolis, onde a comercialização do kit de alimentos foi feita por R$ 639,81. O preço mais baixo foi contabilizado em Aracaju, por R$ 445,90.
Já em João Pessoa foi registrada a maior variação percentual, ou seja, a cidade teve alterações a depender dos estabelecimentos e regiões, com alta de 2,69%.
Em Campo Grande foi registrada a menor redução, com uma queda de 4,67%, sendo comercializado por R$ 551,58. O custo da cesta caiu em 12 das 17 capitais brasileiras, ainda segundo o Dieese.
Os aumentos mais significativos ocorreram em Porto Alegre, Curitiba, Belém, João Pessoa e Natal.
Preço das cestas básicas em fevereiro nas capitais brasileiras:
- Florianópolis: R$ 639,81 (-1,77%)
- São Paulo: R$ 639,47 (-2,24%)
- Porto Alegre: R$ 632,67 (+1,03%)
- Rio de Janeiro: R$ 629,82 (-2,20%)
- Vitória: R$ 609,27 (-2,46%)
- Brasília: R$ 591,44 (-3,72%)
- Belo Horizonte: R$ 573,53 (-3,16%)
- Curitiba: R$ 572,77 (+2,33%)
- Goiânia: R$ 560,67 (-2,45%)
- Campo Grande: R$ 551,58 (-4,67%)
- Fortaleza: R$ 523,46 (-1,78%)
- Belém: R$ 512,95 (+1,11%)
- João Pessoa: R$ 484,54 (+2,69%)
- Salvador: R$ 479,19 (-1,99%)
- Recife: R$ 469,71 (-0,95%)
- Natal: R$ 464,43 (+2,19%)
- Aracaju: R$ 445,90 (-1,10%)
Extensões do salário mínimo
É válido ressaltar que além de ser utilizado para contabilizar a média da cesta básica, o salário mínimo nacional define ainda o pagamento de uma série de benefícios como os repasses previdenciários, seguro desemprego, entre outros.
Isso implica dizer que além dos assalariados em regime CLT, os segurados do INSS também estão vivendo abaixo da média necessária para pagar suas contas. Para quem é demitido sem justa causa, os valores concedidos são insuficientes.
Há ainda outros benefícios como o abono salarial PIS/PASEP que são determinados de acordo com o piso nacional. Tais pagamentos justificam o motivo pelo qual o reajuste anual foi insignificativo.
Quanto maior for o valor do salário mínimo, mais altas são as despesas do governo federal tendo em vista sua obrigatoriedade de financiar esses pagamentos.
Média de pagamento em outros países
É importante ressaltar que atualmente o piso nacional está entre os menores ofertados em todo o mundo. Nas Américas, a base salarial concedida ao trabalhador é de aproximadamente US$ 668,00.
Já em países baixos como o México, Haiti, Jamais e Guiana, o recebimento da média salarial é de US$ 486,00.
Em países com maior valorização do trabalho, como o Canadá, o piso é de US$ 1,6 mil. Por fim, fora do continente, o local com o maior pagamento é Luxemburgo, onde a média salarial é de US$ 2,4 mil (PPP).
Histórico do salário mínimo brasileiro nos últimos 10 anos
Janeiro 2010 | Medida Provisória nº 474, de 2009 | R$ 510,00 |
Janeiro 2011 | Medida Provisória nº 516, de 2010 | R$ 540,00 |
Lei nº 12.382, de 2011 | R$ 545,00 | |
Janeiro 2012 | Decreto nº 7.655, de 2011 | R$ 622,00 |
Janeiro 2013 | Decreto nº 7.872, de 2012 | R$ 678,00 |
Janeiro 2014 | Decreto nº 8.166, de 2013 | R$ 724,00 |
Janeiro 2015 | Decreto nº 8.381, de 2014 | R$ 788,00 |
Janeiro 2016 | Decreto nº 8.618, de 2015 | R$ 880,00 |
Janeiro 2017
Janeiro 2018 Janeiro 2019 Janeiro 2020 Fevereiro 2020 Janeiro 2021 |
Decreto nº 8.948, de 2016
Decreto nº 9.255, de 2017 Decreto nº 9.661, de 2019 MP nº 916, de 2019 MP nº 919, de 2020 MP nº 1021, de 2020 |
R$ 937,00
R$ 954,00 R$ 998,00 R$ 1.039,00 R$ 1.045,00 R$ 1.100,00 |