Após recorde de captação em 2020, a caderneta de poupança iniciou este ano com grande retirada. Em janeiro deste ano, houve mais saques na poupança do que depósitos em R$ 18,1 bilhões. De acordo com dados do Banco Central desta quinta-feira (4).
O Banco Central divulgou que os saques da poupança em janeiro totalizaram R$ 263,0 bilhões, e os depósitos somaram R$ 244,9 bilhões. Este registro representa o pior resultado para um mês de janeiro da série histórica do Banco Central, que se iniciou em 1995.
O recorde negativo anterior era de janeiro de 2020, quando teve um saldo de R$ 12,3 bilhões no saque em relação ao depósito.
O resultado do mês anterior interrompeu uma sequência de dez meses consecutivos de captação positiva. Em relação aos resultados diários de janeiro, a captação líquida da caderneta de poupança esteve positiva em somente cinco dias.
Motivos para a alta dos saques na poupança em janeiro
Normalmente, o mês de janeiro tem apresentado altos números de retiradas. Por conta das despesas de início de ano, os brasileiros tendem a sacar mais dinheiro neste período. Além disso, outro motivo que fez com que o mês de janeiro registrasse recorde negativo foi o fim do auxílio emergencial.
O programa criado pelo governo federal possibilitou aumento de depósito e saldo da poupança em 2020. Em setembro do ano anterior, a caderneta de poupança chegou a bater a marca de R$ 1 trilhão.
Diante das instabilidades causadas pela pandemia de coivd-19, diversas pessoas optaram pela poupança, apesar do rendimento menor que a inflação. Segundo o Banco Central, nos 12 meses terminados em janeiro, a poupança teve rendimento de 1,9%.
Por outro lado, ao se considerar o mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve a marca de 4,23%. Este índice mede a prévia da inflação oficial do Brasil. O dado foi divulgado pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A poupança também tem apresentado resultados inferiores às outras aplicações financeiras. No mês passado, a poupança teve rendimento de 0,12%, enquanto o CDI, principal referencial das aplicações de renda fixa, esteve em 0,15%.
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