Esse valor é a diferença entre o acumulado da inflação nos últimos 24 anos e as correções na tabela do Imposto de Renda no período. A defasagem do Imposto de Renda é porque quem ganha 1,73 salário mínimo agora passou a pagar o tributo.
Na última terça-feira (12) foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 que ficou em 4,52%.
Com isso, a defasagem acumulada nos últimos 24 anos ficou em 113,9% em relação à inflação, segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
O estudo do Sindifisco foi dos anos de 1996 a 2020 e somou uma variação do IPCA de 346,69%. Superando o reajuste nas faixas de cobrança do Imposto de Renda que fixou em 109,63%, resultando na defasagem de 113,09%.
Segundo o sindicato o estudo começou a ser feito a partir de 1996 porque foi a partir deste ano que começou o real começou a valer. Dessa maneira, apenas em cinco anos, nos últimos 24 anos, a correção superou a inflação, ou seja, em 2002, 2005 a 2007 e 2009.
A correção da tabela do Imposto de Renda foi uma das propostas de campanha do atual Presidente da República em 2018, Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente voltou a falar sobre a proposta de alterar nas faixas de cobrança do Imposto de Renda.
Porém, Bolsonaro disse que o país está “quebrado”. O Brasil fechou o ano de 2020 mais uma vez no vermelho, sendo este o sétimo ano consecutivo. 2020 teve um recorde na defasagem de R$ 831,8 bilhões. Esse rombo nos cofres públicos fez com que a dívida do país chegasse a quase 100% do PIB.
Segundo o economista e professor do Insper Marcos Mendes a correção da tabela, que o presidente deseja fazer, causaria impactos em todos os setores, inclusive nas contas de estados e municípios.
Sendo assim, se a União arrecadar menos impostos quem mais sentiria seria os estados e municípios, pois metade do IRPF vai para os fundos de participação dos entes da federação. Com isso, a União teria que passar mais dinheiro para esses setores.
A ideia do governo é incluir as mudanças no Imposto de Renda nas próxima etapas da reforma tributária. A ideia é aumentar o limite de isenção, a limitação das deduções e a volta da tributação sobre lucros e dividendos.