Brasileiros devem investir parte significativa de seu salário para custear a alimentação. Nas últimas semanas, um dos assuntos mais recorrentes entre os economistas têm sido a alta nas compras da população. Produtos como o arroz, carne e até mesmo cereais estão com valores até 6,88% mais caro que o apurado de outubro. No texto abaixo, entenda os detalhes deste cenário.
Manter a feira em dia não está fácil. Pesquisas mensais feitas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estão mostrando que os alimentos permanecem encarecendo.
Em Belo Horizonte, aqueles que recebem apenas um salário mínimo devem gastar mais da metade para comprar o básico.
Cenário em Belo Horizonte
A apuração do Dieese relevou que a atual cesta básica de BH está sendo comercializada pro aproximadamente R$ 552,37. No entanto, é válido ressaltar que esse número ainda sobre variações a se considerar até mesmo o bairro onde os cidadãos fazem suas feiras.
Os valores para essa região são os mais altos para quem quer adquirir batata, tomate e óleo de cozinha. A carne bovina também permanece inflacionada, o que faz com que cerca de 57,14% do salário seja investido nos mantimentos.
Isso significa dizer que parte significativa do estado deve ter aproximadamente R$ 500 para custear demais despesas como aluguel, plano de saúde, educação e lazer.
A alternativa para esse grupo, conforme explica o economista e supervisor técnico do Dieese em Minas Gerais, Fernando Ferreira Duarte, vem sendo mudar os ingredientes da receita.
“O que se pode fazer é inovar nas receitas e evitar os produtos mais caros. Quanto menos ganha uma pessoa, mais ela vai pautar seu gasto pelo que é essencial, e o mais essencial é a alimentação. Então sobra menos para os outros gastos, como aluguel, saúde, transporte ou lazer”, afirmou.
Projeção negativa em 2021
Para quem já está pensando no próximo ano, o cenário também não é muito animador.
O Dieese pontou que a quantia necessária para manter uma família de até quatro pessoas deveria ser de R$ 5.289,53, cinco vezes maior que o atual salário mínimo de R$ 1.045. O apurado do mês de dezembro deverá ser divulgado na primeira semana de janeiro.