O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, acelerou para 0,89% no último mês, após ter encerrado outubro em 0,86%. Este índice é o mais elevado para um mês de novembro desde 2015, quando o indicador atingiu 1,01%. No ano passado, no mesmo período, o indicador ficou em 0,51%.
Considerando o ano, a inflação acumulou uma alta de 3,13% e, em 12 meses, de 4,31%, acima do centro da meta do governo para 2020, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, que significa que pode variar entre 2,5% e 5,5%.
Neste ano, a inflação em 12 meses já tinha ultrapassado a meta em janeiro e fevereiro. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram divulgados hoje e são referentes às famílias que possuem um rendimento entre um e 40 salários mínimos.
O aumento nos preços dos combustíveis e dos alimentos foram um dos principais causadores do aumento da inflação no mês de novembro.
“O cenário é parecido com o que temos visto nos últimos meses, em que o grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado”, disse Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Alimentos
Entre os alimentos responsáveis pelo aumento no índice estão as carnes que subiram 6,54% no último mês, a batata-inglesa, com aumento de 29,65% e o tomate com alta de 18,45%.
Outros alimentos de grande presença na mesa dos brasileiros também sofreram alta como o o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%). Em decorrência destes resultados, o grupo de alimentos e bebidas registrou variação de 2,54%.
Outras variações positivas aconteceram no preço da cerveja (1,33%), do refrigerante e da água mineral (1,05%) que são consumidos fora dos lares, após uma queda no mês anterior.
Combustíveis
Outro fator importante no aumento do índice foi o acréscimo de 1,64% no preço da gasolina.
“É a sexta alta consecutiva da gasolina e, além disso, tivemos a alta de 9,23% do etanol e de outros componentes que têm bastante peso dentro dos transportes, como é o caso dos automóveis tanto novos quanto usados”, explicou Pedro, que ressaltou as altas de seguro voluntário e do transporte através de aplicativos.