- Segundo a equipe econômica do governo o aumento de casos do Covid-19 não significa uma segunda onda da doença;
- Onze estados estão em queda na evolução da média móvel de mortes, sete e o Distrito Federal estão em estabilidade e oito em alta;
- Governadores e suas equipes de saúde já estão se reunindo e decidindo medidas a serem adotadas nos próximos dias, a fim de combater esse aumento;
Diante do aumento de casos de contaminados e internações por Covid-19 a equipe econômica do governo Bolsonaro descarta a 2ª onda e uma nova fase das restrições de isolamento social. Com isso, nega a necessidade de mais uma prorrogação do auxílio emergencial.
Segundo a equipe econômica do governo o aumento de casos do Covid-19 não significa uma segunda onda da doença. Por esse motivo, a adoção de medidas mais rígidas de isolamento social não é necessária.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a equipe trabalha com uma probabilidade baixa para a adoção de novas medidas emergenciais. Essa ação é de acordo com a análise de dados compilados pela Secretaria de Política Econômica.
Esses dados apontam que parte dos estados conseguiu atingir imunidade, porém, esse monitoramento não é feito em parceria com o Ministério da Saúde. A avaliação serve para a adoção de medidas restritivas e da prorrogação do auxílio emergencial.
Segundo a equipe, a prorrogação do auxílio só seria justificada se acontecesse o mesmo que ocorreu em abril, quando as empresas fecharam as portas, devido às medidas de restrições sociais, com o intuito de controlar o avanço da doença.
Aumento de casos
Ontem (29), o Brasil teve 261 novos casos de mortes por Covid-19, totalizando 172.848 desde o início da doença no país. A média móvel dos últimos sete dias é de 529. Porém, o número de contaminados foi de 23.496, somando 6.313.656 registros da doença no Brasil desde o início da pandemia.
Atualmente, onze estados estão em queda na evolução da média móvel de mortes, sete e o Distrito Federal estão em estabilidade e oito em alta. Esses últimos são os mais preocupantes, porém, segundo o Ministério da Saúde essas altas podem ser justificadas pelo apagão de dados que aconteceu no início de novembro.
Com isso, os dados de vários dias que ficaram sem serem divulgados estão sendo atualizados e gerando a alta. Mesmo assim, governadores e suas equipes de saúde já estão se reunindo e decidindo medidas a serem adotadas nos próximos dias, a fim de combater esse aumento.
Plano São Paulo
Um dos estados mais afetado pelo aumento de casos foi o estado de São Paulo. Nos últimos dias, o estado registrou o número de internações desde agosto, segundo a Secretaria de Saúde, tendo 872 novos pacientes internados na UTI e na enfermaria na última quarta-feira (25).
Com isso, o governador, João Doria (PSDB), e sua equipe do Centro de Contingência da Covid-19 do estado estão estudando medidas para conter o aumento de casos. Entre as medidas estudadas estão às restrições de comércios e de atividades de lazer.
“Não temos uma resposta uniforme ainda. Nós estamos debruçados diariamente na análise dos números para saber as medidas que podem ser tomadas e evitar o que está acontecendo agora. Não estamos desligados e estamos pensando nisso”, afirmou o coordenador da equipe do Centro de Contingência da Covid-19 do estado de São Paulo, José Medina.
Essas medidas farão parte do Plano São Paulo e, segundo o secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, “Podemos promover a retomada econômica ou a tomada de medidas mais restritivas para qualquer região que assim que necessitar”.
João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência, afirmou que o grupo se reuniu na última terça-feira (23) e elaborou um documento para ser usado como base para as decisões sobre o aumento de casos.
“Aprovamos por maioria recomendações com restrições e algumas medidas que poderiam ser tomadas. O governo recebeu ontem e entende que essas sugestões estão dentro do Plano São Paulo”, afirmou Gabbardo.
Prorrogação do auxílio emergencial
Diante da possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 a pauta sobre a prorrogação do auxílio emergencial e do estado de calamidade pública sofre ainda mais pressão. Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que ambas não serão prorrogadas.
Durante uma entrevista ao jornal “Valor Econômico”, Maia afirmou “Nenhum desses assuntos será pautado na Câmara até 1º de fevereiro. O governo que esqueça isso. Aqueles que sonham com um jeitinho na solução para o teto de gastos que aproveitem a chegada do próximo presidente da Câmara, que terá a coragem de ser o responsável por uma profunda crise econômica e social deste país”.