Durante este ano, o consumidor teve grande impacto no bolso por conta do aumento do preço no arroz. Recentemente, a saca de 50 kg atingiu valores acima de R$ 100,00, conforme o Indicador Esalq/SENAR-RS. Apesar do preço preocupante durante 2020, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projetam uma queda no valor no início do ano que vem.
De acordo com a perspectiva descrita na Nota de Conjuntura 21, “as menores vendas do arroz beneficiado e a expectativa de importações do arroz de fora do Mercosul podem limitar a alta dos preços nos próximos meses”.
“Com a oferta restrita, apenas com a entrada de uma nova safra no primeiro trimestre de 2021 pode haver algum ajuste negativo de preços”, prossegue a nota técnica do Ipea.
Ao longo dos meses, o grão registrou grande aumento no valor. Segundo o Indicador Esalq/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS), o preço do arroz aumentou 39,8% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano.
O período de janeiro a setembro de 2020 com o mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 50,8% no valor. A nota do Ipea explica que o aumento no terceiro trimestre deste ano “refletiram a baixa disponibilidade e os altos valores das paridades de exportação e importação”.
Para lidar com a situação de alta recorrente do arroz em casca no mercado doméstico, o governo permitiu a importação de 400 mil toneladas de fora do Mercosul com isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) até o final de 2020.
Produção do arroz
Com relação à safra de 2020-2021 do arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta alta de 1,6% na área plantada. No entanto, a produtividade seria 4,2% menor, com o resultado de queda de 2,7% da produção.
Esta mesma indicação também afirma que a expansão projetada da área reflete os bons preços do produto.
Conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a estimativa para a produção do arroz em 2021, na comparação com este ano, apresenta uma queda de 2,4%.