A Black Friday nos últimos anos se tornou umas das datas mais esperadas do ano pelos brasileiros que adoram comprar com descontos expressivos. Porém este ano, em meio a pandemia do coronavírus este cenário pode ser prejudicado e não tão favorável ao comércio.
A grosso modo temos três tipos de consumidores neste momento: parte da população que enfrentou duramente a crise causada pelo coronavírus e sofreu com o desemprego recorde de 14% no terceiro trimestre segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No caminho contrário temos a população das classes A e B que foram menos abaladas em suas finanças e como gastaram menos durante o ano, têm mais condições de aproveitar os descontos da Black Friday.
Por fim, tivemos o auxílio emergencial que ajudou cerca de 65 milhões de pessoas nos últimos meses. O valor pago foi cortado pela metade em setembro e terá sua última parcela em dezembro.
É esperado que o forte das vendas na Black 2020 seja através da internet, já que em meio a pandemia os brasileiros se habituaram a comprar online. O comércio presencial ainda manterá o controle de acesso para limitar o número de frequentadores simultâneos, evitando as aglomerações.
O que é esperado também é que os consumidores aproveitem a data para comprar os presentes de natal, já que uma segunda onda do coronavirus é eminente e pode levar as pessoas a permanecer em casa.
Diante de todos essas possibilidades, o mínimo que se pode esperar é que neste ano o crescimento que vem acontecendo desde 2010 seja interrompido. Mas claro que existem expectativas otimistas que acreditam que no final das contas a data será positiva tanto para quem vende como para quem compra.
Expectativas
O coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Maurício Morgado não está confiante.
“Há três fatores que mandam no varejo. Para consumir, a pessoa precisa ter emprego, renda e confiança. Os três estão baixa agora”, explicou Morgado.
Em uma pesquisa feita pela FGV no início desde mês apontou que o índice de confiança do consumidor está 80,4 pontos.
“Quando o índice está abaixo de 100, é um cenário de pessimismo”, diz o coordenador.