O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está com o número dos seus servidores caindo cada vez mais. O que apresenta um sério problema para que o órgão possa reabrir suas agências com a capacidade total nesse período de pandemia.
De acordo com Caio Figueiredo, gerente executivo do INSS no estado do Rio de Janeiro, cerca de 70% do quadro de funcionários são pessoas do grupo de risco, incluindo idosos, pessoas com comorbidades e servidores com filhos em idade escolar.
“A gente entende que existe uma carência da população pelo atendimento presencial. É uma questão cultural, principalmente pela faixa etária atendida. Mas a gente reabriu as unidades de forma parcial, porque não tem servidores suficientes que não sejam grupo de risco.”, disse o Figueiredo.
Ao todo são 97 agências da Previdência Social que o estado possuí, e pelo menos 41 continuam sem atendimento.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, essa situação é caótica, mas poderia ter sido evitada pelo INSS.
“A falta de servidores é um problema crônico da Previdência, mas se agravou ainda mais na pandemia, o que já era esperado. Está um caos, as pessoas ficam horas esperando para ser atendidas no (telefone) 135. Quando não conseguem, vão às agências, mas não são atendidas sem agendamento”, disse.
O órgão oferece todos os serviços, com exceção da perícia médica, disponíveis no site ou aplicativo Meu INSS. As plataformas ainda não são muito usadas pelos segurados.
Hoje, o INSS possuí cerca de 20.893 funcionários, sendo 7.249 na análise de benefícios e 5.959 no atendimento aos segurados.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), aponta que é necessário contratar mais 21 mil novos servidores para dar conta da demanda do INSS.
O Instituto informou em nota que está estudando e estima concluir até o mês de maio de 2021, a dimensão e o planejamento dos recursos humanos de médio e longo prazo.
Com isso, de acordo com o INSS, permitirá a programação de concursos a partir de 2022, quando terminará o contrato de servidores aposentados e militares inativos temporários selecionados este ano por meio de um processo seletivo simplificado.