Moradores do Amapá enfrentam não somente uma crise elétrica, como também são vítimas de furto mediante a elevação absurda dos preços de produtos e serviços. Nessa semana, uma reportagem especial do jornal Folha de São Paulo informou que a polícia está investigando produtores da região. Desde que se iniciou o apagão os valores de insumos como açaí triplicaram.
A crise elétrica do Amapá completará quase três semanas e a população segue descoberta. Como se já não bastasse enfrentar todo esse período sem energia, os cidadãos precisam ainda pagar caro para ter alimentos em sua mesa.
O açaí, popularmente consumido em toda a região, teve um reajuste de R$ 10 para R$ 40 no litro.
Outra elevação também alarmante foi no preço das passagens aéreas para Belém do Pará. Normalmente, a taxação varia entre R$ 300 e R$ 500 a depender do período. No entanto, agora a viagem com duração menor que 1h está custando cerca de R$ 4,5 mil.
Outros produtos estão também mais caros, como garrafões de água e demais alimentos que precisam de refrigeração. Há ainda quem esteja comercializando comida estragada, colocando os consumidores em risco de saúde.
Polícia em investigação
Diante das denúncias, a Polícia estadual deu início a uma investigação para penalizar os responsáveis pelos preços absurdos. A ação vem realizada em 13 dos 16 municípios do estado, onde há falta de energia.
Além disso, está se buscando também os responsáveis pelo incêndio que afetou os transformadores. Nesse momento, a principal suspeita é a empresa LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), responsável pela subestação de transmissão de energia em Macapá.
Outro nome também na lista de suspeitos é a marca Gemini Energy, que atuava em parceria com a distribuidora.
Ambas estão sendo interrogadas com a finalidade de identificar qual o motivo do incêndio. Segundo o levantamento e perícia pela equipe da Deccon (Delegacia de Crimes contra o Consumidor) pode-se comprovar que não foi um raio o responsável pelo fogo.
Dessa forma, há uma possibilidade de negligência e omissão, por parte das empresas elétricas, no episódio que deixou quase todo o estado do Amapá no escuro.