Mesmo com a volta da distribuição elétrica, moradores do Amapá deverão sentir o impacto da crise em suas contas. Ao longo dos últimos dias o governo do estado vem trabalhando para recuperar o serviço de energia elétrica em 13 municípios afetados por um incêndio nos transformadores. Diante do apagão, muitos cidadãos passaram a fazer denúncias contra os valores abusivos cobrados na conta de luz, chegando há R$ 1,4 mil.
Antes mesmo de ocorrer o incidente elétrico no Amapá, a distribuição do serviço já vinha sendo criticada fortemente pela população.
De acordo com levantamentos em níveis federais, o preço da tarifa de energia da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá), está em 39º lugar em um ranking de 104 empresas no país, conforme registrou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Com a aquisição de novos distribuidores para o reparo nas empresas de distribuição, espera-se que um reajuste seja feito ao longo dos próximos meses. Caso esse cenário se confirme, os moradores deverão pagar ainda mais caro pelo consumo, mesmo tendo passado cerca de 15 dias sem fornecimento.
Calor interfere nos valores aplicados
Ex-diretor de gestão Eletronorte, Lourival Freitas, explica que um dos motivos pelos quais as contas estão tão caras diz respeito a temperatura da região. Ele afirma que o calor faz com que se utilize eletrônicos como ar-condicionado, gerando uma média de energia maior que os demais estados.
“O que ocorre em nosso estado é uma questão climática, que obriga as pessoas a fazer uso contínuo de ar condicionado, consumidor de uma carga muito elevada de energia. A questão é fazer uso racional desse equipamento. Para se ter uma ideia, quando estou em Brasília, minha casa usa em média 130 quilowatts por mês, enquanto o amapaense consome até 600 quilowatts por mês”, explicou.
Aneel tabela os preços
Sendo questionada pelas tarifas, a distribuidora CEA explicou que os valores são definidos pela Aneel.
Ainda em 2019, a empresa explicou que houve uma redução de 5,24% na tarifa da classe residencial, contemplando cerca de 80% da população.
“Conforme preconiza a Aneel, a tarifa deve assegurar à distribuidora receita suficiente para cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessários para expandir a capacidade e garantir o atendimento com qualidade. A CEA é responsável apenas pela distribuição de energia, porém, na tarifa estão incluídos os custos de geração e transmissão, além dos impostos e encargos“, pontuou a empresa.