O número de trabalhadores contratados sob a modalidade de trabalho intermitente no Brasil dobrou nos últimos dois anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quinta-feira (12). A região que registrou maior número de contratos deste tipo foi o Nordeste.
A modalidade foi instituída através da reforma trabalhista, que completou três anos de vigência. Essa foi a primeira vez que o IBGE compilou esse tipo de dado.
O trabalho intermitente nada mais é que o trabalho com carteira assinada, mas sem a garantia de jornada mínima de trabalho.
Sendo assim, o exercício de sua atividade vai de acordo com a necessidade da empresa. O salário é proporcional ao serviço, sendo variável a cada mês.
Segundo o IBGE, a modalidade intermitente representa “uma característica de vulnerabilidade da ocupação formal”, uma vez que compromete a remuneração mensal do trabalhador, impactando inclusive em verbas trabalhistas, como férias e 13º salário.
Números da pesquisa
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, registrou que, no ano passado, foram registradas mais de 155 mil contratações nesta modalidade, representando 1% de todas os contratos com carteira assinada firmados no Brasil.
Em 2018, foram registradas 71 mil contratos de trabalho intermitente, que representaram 0,5% dos contratos com carteira assinada – valor inferior ao dobro de 2019.
“Em todas as Grandes Regiões, houve aumento no número de admissões por contrato intermitente nesse período. Assim, apesar de representarem números relativamente pequenos sobre o total das admissões, o crescimento apresentado em apenas um ano é digno de atenção e monitoramento”, divulgou o IBGE.
Ainda de acordo com o IBGE, o saldo de empregos, que consiste na subtração das contratações sob as demissões, “permite constatar de forma mais evidente o aumento da utilização da modalidade intermitente de vínculo empregatício”.
Como mencionado, os dados da pesquisa mostram que a região Nordeste foi responsável pela maior proporção de trabalho intermitente em relação a todas as contratações formais. No ano passado, por exemplo, 19,9% das carteiras assinadas na região foram intermitentes.
Proporção de trabalho intermitente em 2019, segundo o IBGE
- Sul: 9,3%
- Norte: 10,1
- Centro-Oeste 11,8
- Brasil 13,3
- Sudeste 14,2
- Nordeste 19,9