A ideia do governo é ampliar microcrédito, com o intuito de proporcionar uma folga nas contas de informais e pequenos negócios diante da crise gerada pela pandemia de Covid-19. A proposta é usar a Caixa Econômica Federal que anunciou liberar R$ 10 bilhões para o segmento por meio de contas digitais, a partir do início de 2021.
O governo pretende reavivar o programa de microcrédito, com o intuito de ajudar os pequenos empreendedores formais e informais a voltarem a investir.
A ideia é usar a Caixa, que já anunciou um plano de emprestar R$ 10 bilhões para o mesmo público, através das contas digitais, após o fim do auxílio emergencial.
O microcrédito não será o substituto do auxílio emergencial, como afirma Guilherme Afif, assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Microcrédito não é dinheiro a fundo perdido para ser distribuído, não é para substituir o Renda Brasil ou auxílio emergencial, de jeito nenhum”, afirmou Afif.
Porém, com a medida, o recurso servirá como uma possibilidade de proporcionar condições de gerar uma atividade sustentável para os beneficiários do auxílio que ficarão sem renda a partir de janeiro de 2021.
A proposta de estimular a economia com a disponibilização de microcréditos está em discussão desde o ano passo, quando foi tratado na medida provisória (MP) 905, editada em novembro de 2019. Na época, antes da pandemia de Covid-19, o objetivo era estimular a criação de empregos para jovens.
Porém, a MP acabou avançando no Congresso Nacional. Entre as ideias discutidas, uma das mudanças sugeridas era a mudança nos depósitos à vista no Banco Central (BC).
Com isso, o governo pretendia estimular bancos, fintechs, agências de fomento e cooperativas de crédito a contratarem operações de microcrédito.
Segundo Afif, a ideia é proporcionar juros mais baixos e utilizar os meios digitais para a concessão do microcrédito.
“O grande desafio do microcrédito é fazer com que ele chegue na ponta, a exemplo das maquinhas, das fintechs, porque o sistema de crédito tradicional não atinge esse público. Os bancos têm muita dificuldade de fazer microcrédito”, afirmou.
“É o crédito por meios digitais, não por meio tradicionais e a Caixa é a que está mais preparada para isso. O Banco do Brasil é um banco tradicional. Não tem cacoete de banco social”, completou Afif.