Presidente do BC faz projeção surpreendente sobre retomada do mercado de trabalho

O mercado de trabalho brasileiro foi diretamente afetado pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus no país. Para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a retomada econômica é “robusta”, porém lenta. Isso porque o avanço da tecnologia deverá ter impacto direito na alocação dos trabalhadores, especialmente os informais, segundo o presidente.

Presidente do BC faz projeção surpreendente sobre retomada do mercado de trabalho
Presidente do BC faz projeção surpreendente sobre retomada do mercado de trabalho (Imagem: Thiago Freitas / Extra)

As declarações vieram à tona durante o Greenwich Economic Forum 2020, promovido pela The Economist. Na ocasião, Roberto Campos Neto afirmou que os trabalhadores informais não conseguiram ser alocados em outras atividades por falta de tempo, já que não teriam conseguido acompanhar a rápida aceleração da tecnologia em meio à crise.

“Acho que vamos atingir um novo equilíbrio, na minha opinião, em que teremos mais empresas de tecnologia tirando empregos, especialmente informais. Isso já está acontecendo no setor de serviços no Brasil e em muitos outros países emergentes”, afirmou.

“A mudança no padrão de consumo vai acelerar isso e já estamos vendo isso ocorrer”, complementou o presidente do Banco Central.

Ainda de acordo com Campos Neto, o cenário da pandemia gera a necessidade de mais programas sociais sustentados pelo governo federal que impacta diretamente no aumento da dívida. Na opinião dele, não há espaço fiscal para manter essa dinâmica.

“O governo tem que fazer mais programas, o que significa mais gastos, e nos leva à questão: temos espaço fiscal para isso? Provavelmente a resposta, pelo menos nos emergentes, especialmente no Brasil, é não”, disse Roberto.

Pandemia e desemprego no Brasil

Vale lembrar que o mês de setembro atingiu resultado recorde em taxa de desemprego no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada no dia 16 do mesmo mês, através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao todo, foi um percentual de 14,4%, um total de 14 milhões de pessoas. O recorde anterior era de agosto. A pesquisa tem sido realizada desde a primeira semana de maio para medir o efeito da pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho brasileiro e é divulgada através da internet.

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