- A pandemia do novo coronavírus agravou a crise econômica no Brasil;
- Segundo o ministro da economia, Paulo Guedes, a economia está sendo retomada em V;
- Isso significa uma queda rápida e uma ascensão rápida.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem afirmado que o Brasil está tendo uma recuperação econômica muito rápida, o que chamou de retomada em “V”. De acordo com economistas, isso representa que o crescimento está tendo a mesma força que a queda, o que mostra relação direta com o auxílio emergencial.
A recuperação está sendo chamada de V, pois ela caí e sobre rápido como o desenho da letra.
Mesmo a crise não tendo acabado ainda, o auxílio emergencial no começo estava pagando o valor de R$600 e agora está paga R$300, prorrogando até o final do ano.
O auxílio compensou o fechamento das empresas e dos postos de trabalho, injetando dinheiro para os brasileiros consumirem.
O desafio do governo agora é manter esse fôlego do ciclo de recuperação sem o dinheiro pago pelo auxílio, para isso a volta dos empregos é umas das coisas fundamentais.
O “V” nos indicadores
O indicador do Banco Central o IBC-Br mostram o desempenho na economia todos os meses.
Essa é uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que sai a cada trimestre, ou seja 3 meses.
O indicativo aponta que a economia do país em abril mergulhou, logo no começo do isolamento social, para que assim em maio começasse a voltar aos patamares de pré-pandemia até agosto.
Um outro indicador que aponta o retorno da economia é o Índice de Confiança Empresarial, que faz o acompanhamento da expectativa de empresários, levando em conta venda, investimentos e projetos.
O índice é coletado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e também retornou aos patamares apurados antes do coronavírus assolar o país.
Qual foi a importância do auxílio emergencial?
Caso o governo não pagasse o auxílio emergencial, o país ainda estaria em seu pior momento de crise de acordo com o economista.
Porém, o benefício conseguiu manter as vendas e apresentar o desempenho forte na flexibilização do isolamento social.
De acordo com, diretor da Faculdade de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(FEA PUC-SP), Antônio Corrêa de Lacerda, “O auxílio emergencial é fundamental para sustentar a massa de rendimentos que tem impulsionado muitas atividades e amenizando o aspecto social”.
O que mais está crescendo nesse momento?
Essa retomada das atividades não está sendo realizada de forma uniforme. Os setores que menos foram afetados por conta do isolamento social e que conseguiram continuar funcionando mesmo com o isolamento ou aqueles que tiveram um fechamento rápido, estão com um bom desempenho.
Com isso, ela está puxando o restante da economia como indústria, construção civil e agronegócio.
No mês de setembro, a produção industrial cresceu em torno de 2,6% com relação a agosto na série com ajuste sazonal.
Neste resultado, a produção industrial superou em 0,2% o patamar anterior à pandemia, eliminando perdas, de 27,1%, acumuladas em março e abril.
Quais os setores mais fracos?
Os setores que foram mais afetados pelo isolamento social, foram: serviços de entretenimento, cuidados pessoais, transportes aéreos estão se recuperando.
Segundo o economista-chefe da Genial e professor da PUC-Rio, José Márcio Camargo disse que “O setor de serviços está defasado. O que é normal, pois há áreas que dependem de aglomeração”.
A redução no valor pode afetar essa retomada?
O fôlego que a economia está possui alguns desafios e um deles é a redução do auxílio emergencial neste trimestre de R$ 600 para R$ 300.
Lacerda afirmou que “A redução pela metade dos benefícios vai impactar negativamente a recuperação. Ainda mais levando em conta a possibilidade de ele não ser continuado a partir do início de 2021. O risco de uma segunda onda de contaminação da covid torna esse quadro ainda mais crucial.”
Incentivadores da retomada
A queda na taxa de desemprego no mercado de trabalho vai ser fundamental para que o país mantenha o seu fôlego na recuperação econômica.
O economista da Fundação Getúlio Vargas – Instituto Brasileiro de Economia, Cláudio Considera disse que “O mercado de trabalho precisa reagir a tempo e na intensidade da retirada do auxílio emergencial para compensar a redução desses recursos na economia”.