Diante da situação atual de dívida dos Correios, algumas frentes têm buscado soluções para lidar com a dívida bilionária da instituição. Um projeto de lei propõe a desestatização, de forma a abrir um caminho para a privatização. Com isso, a estatal poderia passar por um processo de transformação interna e quebraria o monopólio do serviço postal nacional.
A Secretaria de Desestatização tem focado em dar prosseguimento ao projeto, conforme apurado pelo Exame. O texto está em análise pela parte jurídica da Sacretaria Geral da Presidência para, por fim, o presidente Jair Bolsonaro possa assinar. Esta avaliação não possui um prazo de finalização.
Em agosto deste ano, diante da insatisfação de funcionários, houve uma greve na estatal. O motivo teria sido por demanda de condições melhores, diante da proposta dos Correios em reduzir os custos. O fim da paralização aconteceu em setembro.
Dívida do Correios
Conforme indicado por um estudo do Sistema de Informações das Estatais (Siest), o Correios possui uma dívida no valor de R$ 14 bilhões.
Desse valor, quase metade tem relação com o Postalis, o débito financeiro com o fundo de pensão dos funcionários, além do plano de saúde.
Este valor representa o passivo de 2019. No ano anterior, a dívida era de R$ 13,2 bilhões. Com relação ao ativo, a estatal teve aumento desde 2017. O ativo de três anos atrás era de 13,4 bilhões e aumentou para R$ 13,5 bilhões em 2018. Para 2019, a quantia apontada foi de R$ 14,2 bilhões.
Por outro lado, os Correios registrou lucro líquido de R$ 102 milhões no ano passado. Isso representa o terceiro ano seguido com margem positiva.
“Nos exercícios de 2018 e 2019, a empresa contratou operações de crédito de 750 milhões de reais, recebeu aportes do Tesouro, e consumiu aplicações financeiras para a manutenção de suas atividades operacionais e para realizar investimentos”, indica o relatório.
Como forma de solucionar o problema financeiro, a instituição tem realizado corte de gastos. Conforme o plano de demissão voluntária, 161 agências foram fechadas em 2019. Além do mais, houve diminuição de 11 mil funcionários.