Renda Cidadã ganha sugestão de financiamento inusitada no Senado; entenda

O Senado voltou a debater a possibilidade de legalizar os jogos de azar, desta vez a ideia é que isso seja uma alternativa para bancar o Renda Cidadã. O novo programa deve substituir o Bolsa Família. 

Renda Cidadã ganha sugestão de financiamento inusitada no Senado
Renda Cidadã ganha sugestão de financiamento inusitada no Senado (Foto: FDR)

Dentro da Casa, um projeto já está pronto para ser votado em plenário, de autoria de Ciro Nogueira (PP-PI). O texto permite a exploração dos chamados jogos de fortunas online ou presenciais. 

O projeto inclui a legalização de cassinos em complexos integrado de lazer. O senador Ângelo Coronel (PSB-BA), relator de um outro projeto sobre o tema, que é de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), defende que parte dos impostos arrecadados com o sistema de jogos possam ser usado para bancar o novo programa de transferência de renda do país.

A ideia é incluir entre os jogos que teriam liberação no país, bingos, caça níqueis e ainda os jogos do bicho.

De acordo com o senador, essa legalização de jogos demandam uma estrutura menor para funcionamento e poderiam gerar, em um curto prazo, uma renda ao governo de cerca de R$50 bilhões ao ano.

A pedido de Rocha, ambos os projetos vão tramitar em conjunto, como uma tentativa de que a votação da proposta possa ser acelerada.

“O dinheiro imediato aos cofres públicos seria por meio de bingos, caça níqueis, jogo do bicho. Ali podemos ter uma receita mais imediata. Cassino demora mais porque precisa de mais estrutura. Essa seria uma saída para solucionar a falta de recursos a curto e longo-prazo”, disse o senador.

Segundo o cálculo do Coronel, essa legalização dos jogos poderia gerar mais de 700 mil empregos diretos e outros 600 mil indiretos. 

Apenas para bancar o programa Renda Cidadã, a equipe de Jair Bolsonaro busca cerca de R$20 bilhões extras no orçamento. 

O governo estima que 8 milhões de pessoas devem ficar sem receber nenhum auxílio no início do ano, caso o programa não seja criado. 

O objetivo com essa verba é de ampliar a cobertura das transferências de renda para as famílias na linha da pobreza e extrema pobreza. Além disso, aumentar o valor do benefício pago hoje pelo Bolsa Família, algo em torno de R$190.