De acordo com João Manoel Pinho de Mello, Diretor de Organização de Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), a internacionalização do Pix, ou seja , realizar transações no exterior está presente na agenda evolutiva da nova ferramenta de pagamentos, mas apenas em 2022 e 2023.
“Temos que fazer uma priorização, porque vai ser uma plataforma flexível em que vários modelos de negócios irão surgir. Nosso papel é colocar a infraestrutura e que o mercado faça inovações”, afirmou. Ele disse ainda que a internacionalização do Pix depende também das reformas das leis cambiais, a qual a proposta do governo já foi enviada ao Congresso.
Conforme o diretor, as primeiras prioridades são o saque Pix, pagamento por aproximação, Pix garantido e QR Code do pagador.
Mello disse ainda que a implementação do open banking e do Pix está sendo complexa, porém os resultados positivos estão satisfazendo a autoridade.
Em webinar que foi promovido pelo escritório Focaccia, Amaral e Lamonica Advogados, ele disse que o processo de digitalização dos serviços financeiros já era esperado pelo mercado mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, porém agora se destacou mais.
“O BC foi fundamental ao dar instrumentos necessários para o normal funcionamento dos mercados e manter – com muito sacrifício – os cronogramas de implantação do open banking e Pix. […] Surgiram problemas, mas mais importante que isso surgiram oportunidades”.
Ele destacou que a novidade irá contribuir para a inclusão financeira, crescimento da concorrência, oportunidades de investimento e poupança e oferta de produtos e serviços mais acessíveis. Além de mencionar também que a novidade financeira será importante para a recuperação da economia do Brasil.
Apesar de destacar as vantagens que possui a novidade financeira do mercado, também apontou os riscos que ela traz, como por exemplo a segurança da informação, porém disse que o Banco Central está extremamente vigilante.
O Diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, destacou que o processo de inovação possui alguns consensos e muitos pontos em aberto. “Temos vários pontos de debate. A regulação a todo momento precisa se reinventar”. De acordo com ele, um ponto que tem sido bastante discutido pelo Banco Central é a questão do perímetro regulatório, ou seja, se deveria ter a regulamentação de diversas iniciativas que atualmente se encontram à margem.