Inflação do produtor continua subindo; pandemia ainda influencia resultados

Nesta quinta-feira (24), o Banco Central (BC) em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) declarou que os impactos causados pela pandemia do coronavírus aprofundaram até o trimestre encerrado em agosto a diferença entre a inflação no nível do produtor, em patamar ainda mais alto que no trimestre anterior, e a medida no nível do consumidor, que voltou para patamar positivo, mas relativamente baixo”.

Inflação do produtor continua subindo; pandemia ainda influencia resultados
Inflação do produtor continua subindo; pandemia ainda influencia resultados (Foto: Google)

O RTI do mês de setembro projetou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teria um aumento de 2,1% neste ano, 3% em 2021, 3,8% em 2022 e 4,6% em 2023. 

Essas estimativas pressupõe juros estáveis em 2% ao ano (ante 3% no relatório do mês de junho) e a taxa de câmbio na média de R$5,30 (mais alta em comparação com o R$4,95 do mês de junho), vigente nos últimos cinco dias úteis anteriores a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada.

No cenário híbrido, com a trajetória para os juros sendo estimada pelo mercado de acordo com a revista Focus e a taxa de câmbio, a projeção para a variação do IPCA é de 2,1% este ano, 2,9% em 2021, 3,3% em 2022 e 3,3% em 2023. 

O que causou esse aprofundamento

Esse aprofundamento, conforme a instituição monetária, aconteceu devido a “mudanças relevantes de preços relativos, repercutindo câmbio, commodities e os efeitos heterogêneos da pandemia sobre oferta e demanda de diversos bens e serviços”.

“No trimestre encerrado em agosto destaca-se a alta dos preços das commodities, a recuperação parcial da economia brasileira e o comportamento volátil do câmbio”, apontou, ressaltando as origens da mudança de preços relativos.

Expectativas do mercado

No RTI, o Banco Central ainda disse que “as expectativas de mercado para inflação para os anos de 2020 e 2021 aumentaram, refletindo em parte a recuperação no preço das commodities e projeções de valores mais elevados para o câmbio”.

“Contudo, para o ano corrente, as projeções para a inflação continuam abaixo do limite inferior do intervalo de tolerância; para o próximo, situam-se na parte inferior desse intervalo”, disse a autoridade monetária.

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