Seguro desemprego poderá ganhar novas parcelas a depender da avaliação pública. Nesta quinta-feira (24), o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) irá se reunir para avaliar um projeto que almeja acrescentar mais dois salários para os trabalhadores demitidos sem justa causa. De acordo com os autores do texto, a validação tem como finalidade reduzir os impactos trabalhistas e econômicos do novo coronavírus.
Com a chegada do covid-19 em todo o território nacional, mais de 13 milhões de pessoas tiveram seus contratos de trabalho suspensos mediante o fechamento ou redução de despesas das empresas.
Dessa forma, o número de solicitação do seguro desemprego foi ampliado, registrando uma média de 4 milhões de pedidos a mais em comparação com o ano passado.
Diante da atual realidade, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) começou a avaliar a possibilidade de prorrogar o seguro desemprego para a classe.
O projeto poderia reduzir os impactos econômicos da pandemia e resguardar por mais tempo aqueles que tiveram sua renda totalmente cortada.
Uma das justificativas em defesa da proposta é que o cenário nacional ainda é muito instável com a permanência da pandemia.
Dessa forma, as possibilidades de aceite em um novo emprego estão reduzidas o que reforça a necessidade de segurar os desempregados por um período mais longo.
Resistência a ampliação
Apesar da pauta ser vista como necessária, sua aprovação ainda está insegura tendo em vista a resistência de parte da bancada composta por representantes da CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.
As centrais sindicais estão trabalhando a favor da validação, mas é necessário ainda a aceitação dos empregadores que não formalizaram uma opinião a respeito.
Diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, alerta que a concessão do seguro-desemprego é necessária para os trabalhadores que “acessaram uma parte do seguro desemprego, em média quatro parcelas, mas agora essas parcelas acabaram e eles foram impedidos de acessar outros benefícios e medidas relacionadas à pandemia como o abono emergencial”, descreve, na coluna do Dieese no Jornal Brasil Atual.
“Vamos entrar em um processo relacionado ao fim das medidas emergenciais na pandemia, em especial as relacionadas à redução da jornada e do salário com garantia de emprego. É bem provável que a gente assista a um aumento da taxa de desemprego e da demissão. O que de certo modo coloca em destaque a necessidade do seguro desemprego, que é base do sistema de proteção”, justificou Fausto.