Nesta segunda-feira (21), o Tribunal Superior do Trabalho informou que foi determinado o fim da greve dos funcionários dos Correios e eles irão retornar ao trabalho hoje (22). O tribunal julgou o dissídio de greve dos trabalhadores da estatal que estavam em greve desde 17 de agosto, por conta das discussões do novo acordo coletivo.
A greve não foi considerada abusiva pelos ministros da Seção de Dissídios Coletivos de acordo com a maioria votos. Porém, metade dos dias que os funcionários que entraram em greve serão descontados e o restante dos dias deverão ser compensados pelos funcionários.
Apenas 20 cláusulas que estavam presentes no acordo anterior podem continuar O reajuste de 2,6% se manteve nas cláusulas.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), a greve foi ocasionada em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas.
Conforme os dados divulgados pela entidade, foram retiradas 70 cláusulas de direitos em relação ao acordo anterior, como por exemplo, questões envolvendo adicional de risco, licença-maternidade, indenização por morte, auxílio-creche, entre outros benefícios.
Os advogados dos sindicatos durante a audiência disseram que a empresa atualmente não passa por dificuldades financeiras e que a estatal está trabalhando com o intuito de negar direitos que foram conquistados pelos funcionários anteriormente, incluindo os direitos sociais, que não possuem impacto financeiro.
Os advogados dos Correios levantaram na audiência a questão de que devido a manutenção das cláusulas do acordo feito anteriormente pode resultar em um impacto financeiro negativo de R$294 milhões nas contas das empresas.
Por causa desses fatores, a empresa alega que não possui estruturas para suportar essas despesas pois devido a pandemia do novo coronavírus o caixa da estatal foi afetado.
Em entrevista à coluna Tilt, o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, apontou que a extinção ou diminuição dos 70 benefícios resultaria em uma economia na ordem de R$800 milhões por ano.
Apesar da demanda pela empresa ter aumentado após a pandemia do novo coronavírus, esse dinheiro teria o intuito de suprir um déficit de R$2,4 bilhões.