Aposentados do INSS ficarão sem reajuste salarial em novo programa do governo

Pensões e aposentadorias financiadas pelo INSS poderão ter seus valores congelados. Para custear a administração do Renda Brasil, o governo federal propôs a possibilidade de desvincular os benefícios previdenciários do reajuste do salário mínimo. Se for aceita, a proposta implicará num entrave de tais benefícios que poderão ficar abaixo do piso nacional.  

Aposentados do INSS ficarão sem reajuste salarial em novo programa do governo (Imagem: Google)
Aposentados do INSS ficarão sem reajuste salarial em novo programa do governo (Imagem: Google)

O lançamento do Renda Brasil vem causando uma série de problemas no que diz respeito as contas públicas. Apesar de querer contemplar um número maior de brasileiros de baixa renda e tentar amplificar os valores concedidos, o ministério da economia vem ameaçando outros benefícios, como os pagamentos do INSS.  

A proposta de congelamento dos salários e pensões previdenciárias visa, segundo Paulo Guedes, proporcionar um maior lucro nos cofres públicos para custear a amplificação do Renda Brasil.  

A ideia é que os reajustes fiquem paralisados durante os próximos dois anos, o que fará com que o pagamento dos benefícios via INSS fique com um valor menor que o piso nacional.  

Como funciona esse cálculo  

Atualmente, para poder determinar a quantia repassada para os segurados do INSS, é preciso levar em consideração o valor do salário mínimo.

A atual norma em vigor impossibilita que as pensões e aposentadorias sejam inferiores ao piso nacional, sob o respaldo de que os contemplados devem se equiparar aos desdobramentos da inflação.  

“A desindexação que apoiamos diretamente é a dos benefícios previdenciários para quem ganha um salário mínimo e acima de um salário mínimo, não havendo uma regra simples e direta [de correção]. O benefício hoje sendo de R$ 1.300, no ano que vem, ao invés de ser corrigido pelo INPC, ele seria mantido em R$ 1.300. Não haveria redução, haveria manutenção”, disse o secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.  

O texto ainda precisará ser aprovado pelos demais representantes públicos e se aceito passará a ser incluso na proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, relatada pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC) no Congresso. 

Ainda não se sabe o prazo de validade da medida, mas deverá ser finalizado ainda nesse semestre para entrar em funcionamento a partir de janeiro de 2021. 

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.