Fim do auxílio emergencial voltará a deixar brasileiros em situação de vulnerabilidade social. Nos últimos dias, o Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV) liberou uma pesquisa onde mostra que o encerramento do coronavoucher deverá colocar parte da população nas margens da pobreza.
Quando fundado, o auxílio emergencial deveria ofertar três parcelas no valor de R$ 600. A quantia foi destinada para os brasileiros desempregados que não tinham nenhuma fonte de renda comprovada.
No entanto, ainda em junho, sob pressão popular, o governo federal prolongou o pagamento em mais duas rodadas, fazendo com que os cadastrados recebessem por 5 meses.
Na última semana, começou-se uma nova especulação sobre a possibilidade de estender novamente o benefício. A ideia do presidente Jair Bolsonaro é que ele seja ofertado até dezembro, emendando na sequência com a primeira rodada do Renda Brasil.
Pobreza pode aumentar
De acordo com os estudos da FGV, caso o auxílio emergencial seja finalizado agora ou seu valor fique reduzido, como sugere Bolsonaro, nas novas parcelas, significa dizer que haverá uma perda de 17% na renda total dos segurados.
A ideia é que as próximas parcelas fiquem no valor de R$ 300 para todos os cadastrados, encerrando o benefício de R$ 1.200 para as mães de família.
Caso isso aconteça, os inscritos terão que procurar por novas fontes de renda para poder equiparar suas despesas.
Diferença do auxílio emergencial por estados
Ainda conforme mostrou a FGV, as regiões mais beneficiadas pelo auxílio emergencial foram o Norte e Nordeste. Em Alagoas, Sergipe e Maranhão, os cidadãos beneficiados tiveram um acréscimo de mais de 120% na renda total.
“Quando se considera a distribuição geográfica dos efeitos do Auxílio Emergencial ao longo do tempo, os maiores efeitos de renda são nos estados do Norte e Nordeste. Alagoas, Sergipe e Maranhão tiveram aumentos de mais de 120% na renda”, diz a pesquisa.
O coordenador do estudo, Lauro Gonzalez, do centro de Estudos e Microfinanças e inclusão financeira da FGV, relembrou que “o pagamento do auxílio deu uma turbinada grande na renda, e mais que compensou as perdas por conta da pandemia, representando um valor significativo para a maior parte da população, principalmente nas classes mais pobres C, D e E”.