Mercado financeiro passa por alterações e resulta na desvalorização dos CDI’s. Considerados um dos investimentos mais seguros do mercado, os Certificados de Depósitos Interbancários estão perdendo seu valor. Com as reduções nas taxas de juros, a possibilidade de ter um rendimento de 100% pelo CDI vem sendo reduzida. Abaixo, o gestor Ulisses Nehmi, da Sparta, explica o atual cenário.
Até um tempo atrás, as aplicações de CDI eram muito bem vistas pelos investidores. No entanto, mediante a pandemia do novo coronavírus, o mercado de aplicações sofreu mudanças consideráveis, fazendo com que as carteiras passassem a ser repensadas.
De acordo com Ulisses, um dos principais motivos dessa alteração está associado ao fato de que as referências de rentabilidade estão sendo alteradas.
“Sempre vimos o percentual do CDI como mais uma jabuticabinha brasileira. Sabíamos que se os juros ficassem muito baixos poderia dar problema. Afinal, um percentual de 0 é igual a zero”, explicou.
O gestor relembra ainda que, atualmente, há muitos aplicadores que passaram a considerar o CDB, tendo em vista as possibilidades de retorno. E
le explica que, nem mesmo um lucro de 200% em CDB em comparação ao CDI o tornaria atrativo, tendo em vista que o ganho anual seria de apenas R$ 14,97 por ano.
“Alguém vai abrir mão da liquidez durante dois anos para ganhar 120% do CDI? É muito pouco. Talvez nem ganhe da inflação. A poupança era chacota. Hoje, a chacota é o 100% do CDI”, aponta Nehmi.
Ainda de acordo com Nehmi, a rentabilidade do CDI no mercado internacional está inexistente. Os locais com as taxas de juros baixas, não conseguem obter grandes ganhos com o investimento.
“Nos países onde a taxa de juros foi sempre baixa, o ganho sempre foi de 1 a 3 pontos percentuais acima da referência. Não tem por que discutir indexação com taxa de 1% a 2% de inflação ao ano. No Brasil, é a primeira vez que começamos a falar sobre essas coisas. Entramos no clube dos juros reais negativos em março”, completou.
É válido ressaltar, no entanto, ainda que esse cenário pode ser alterado mediante variações das taxas de juros. No Brasil, com a Selic em menos de 2%, o CDI torna-se inviável.