Pandemia do novo coronavírus aumenta número de desemprego no país. Na última semana, o IBGE divulgou o último balanço sobre os índices de emprego em todo o território nacional e mostrou que cerca de 18,6 milhões de pessoas, mesmo sem a carteira assinada, não querem procurar por trabalho. De acordo com a pesquisa, a principal justificativa foi o medo de contaminação pelo covid-19.
Com a chegada do coronavírus no Brasil, os índices de demissões foram amplificados. Além disso, muitas pessoas que trabalhavam de forma autônoma precisaram paralisar suas atividades. Mediante a esse cenário, imagina-se que boa parte destes grupos estejam à procura de uma oportunidade, mas os dados do IBGE dizem o contrário.
Com medo de serem contaminados pela doença que não tem vacina ainda, mais de 18 milhões de pessoas afirmaram preferir permanecerem em suas casas.
O risco da contaminação está amplificando o número de vagas de afastamento, fazendo com que parte significativa da população se mantenha apenas com os benefícios sociais, como o FGTS, auxílio emergencial, entre outros.
Estabilidade no número de desempregados
Contrapartida, o IBGE mostrou também que agora há uma estabilidade no número total de desempregados. A taxa de desocupação atual é de 13,1%, o que significa um crescimento de pessoas sem recursos fixos mensalmente.
De acordo com Maria Andreia Parente Lameiras, pesquisadora do Ipea, a liberação dos benefícios públicos facilita para que estas pessoas se mantenham em casa mediante um período de fragilidade econômica e crise sanitária. Por ser uma doença que já matou mais de 100 mil pessoas, há uma resistência muito grande em correr os riscos de serem infectados.
— As pessoas vão voltar a procurar primeiro pela necessidade da renda. No momento que o auxílio emergencial acabar, as pessoas vão precisar buscar uma subsistência. O contágio menor também ajuda, mas o mercado de trabalho não vai conseguir absorver todo mundo— ressaltou.
De acordo com os levantamentos feitos, boa parte do contingente é formado por pessoas com um baixo nível de escolaridade e menos experiência no mercado de trabalho. Trata-se de serviços mais operacionais, difíceis de serem realizados em sistema home office.
Conforme mostram os números do IBGE, 8,9 milhões de pessoas deixaram de trabalhar entre abril e junho, sendo 68% informais.