Poupança vai render 0,12% ao mês com novo corte na Selic; ainda vale a pena?

PONTOS CHAVES

  • Selic registra maior baixa da história e altera rendimento da poupança
  • Banco Central anuncia balanço positivo para 2020
  • Investidores deverão arriscar mais para ter lucros em suas aplicações 

 Alterações nas taxas de juros podem influenciar em seus investimentos. Nessa quarta-feira (05), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), informou que estava reduzindo, novamente, o valor total da taxa básica de juros (Selic). Com uma previsão de fechamento de 2,25%, foi reajustada para 2% até o ano de 2021. Desse modo, aplicações realizadas na caderneta de poupança passarão a ter sua rentabilidade minimizada em apenas 0,12% ao mês.  

Poupança vai render 0,12% ao mês com novo corte na Selic; ainda vale a pena? (Imagem: Reprodução – Google)

Segundo o último balanço realizado pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), o rendimento anual da poupança ficará com uma média de 1,4% ao ano.

Conforme determina a regra em vigor desde 2012, quando a Selic fica menor que 8,5% a correção da caderneta passa a ser limitada a um percentual de 70% da taxa básica de juros, somados aos valores da Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017).  

Entretanto, para quem tem aplicações anteriores ao ano de 2012, a intitulada ‘poupança velha’ ainda deve continuar rendendo 6,17% ao ano (0,50% ao mês). Desse modo, em ambas as categorias, se você aplica R$ 10 mil, terá o seguinte retorno dentro dos próximos 12 meses 

  • Na poupança nova, o rendimento será de R$ 140 (R$ 10.140); 
  • Na poupança velha, o rendimento será de R$ 617 (R$ 10.617). 

Rendimento menor que a inflação 

Com os reajustes da Selic, a caderneta de poupança ficará rendendo menos do que as tarifas da inflação.

De acordo com os analistas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), há uma expectativa de avanço de aproximadamente 2,97% nos próximos 12 meses. 

Segundo a Anefac, apesar da perda de sua rentabilidade, a poupança ainda apresenta um maior número de vantagens e seguranças em comparação com os demais fundos de renda fixa. 

“As cadernetas de poupanças, mesmo com a redução da taxa básica de juros (Selic), vão continuar se destacando frente aos fundos de renda fixa pelo fato que não pagam Imposto de Renda nem taxas de administração”, apontou a Anefac em comunicado. 

Demais opções de investimentos 

Para quem não deseja aplicar na poupança, os economistas relembram ainda as oportunidades de aquisições por meio do Tesouro Direto.

No programa, o investidor consegue adquirir títulos públicos pela internet, banco ou corretora, sem precisar se arriscar nos fundos de investimentos.  

Outra alternativa também é a aplicação na bolsa de valores, que deve resultar em uma remuneração mais alta, pois sua renda é variável. Entretanto, nesse caso os riscos são maiores, devido a possibilidade de haver perdas de recursos.

No mês de julho, os valores da bolsa foram acrescentados em 8,27%, mas seu balanço anual já mostra uma queda de 11,01%.  

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Poupança vai render 0,12% ao mês com novo corte na Selic; ainda vale a pena? (Imagem: Reprodução – Google)

Desempenho recorde da poupança 

De acordo com os dados do Banco Central, nesse ano os depósitos pelas cadernetas de poupança foram maiores que os saques com uma média de aproximadamente R$ 20,533 bilhões. A instituição informou que é o melhor resultado desde o ano de 1995, sendo julho o quarto mês de ingresso líquido (mais depósitos do que retiradas).  

Acredita-se que tamanhos resultados estejam associados ao pagamento do auxílio emergencial, realizado por meio das poupanças digitais da Caixa Econômica Federal. 

O benefício está sendo concedido desde março e já movimentou trilhões na economia nacional. Além disso, estão sendo liberados também os valores do saque emergencial do FGTS. 

No total registrado pela poupança esse ano, os depósitos foram de R$ 1,636 trilhão e os saques de R$ 1,524 trilhão. Só em junho o Banco Central informou que foram enviados R$ 27,144 bilhões.  

Volume total de recursos 

Mediante o volume total de recursos aplicados, a poupança registrou um novo índice de crescimento. Até dezembro de 2019, seu saldo era de R$ 845,464 bilhões. Já em junho deste ano mostrou uma elevação de R$ 943,638 bilhões e em julho avançou para R$ 972,669 bilhões.  

O valor total dos seus rendimentos, em julho deste ano, somaram aproximadamente R$ 1,887 bilhão. 

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.