Período de reabertura das concessionárias revelam uma mudança nos hábitos de consumo. Após passar um trimestre em crise e fase de instabilidade financeira, lojas de carro começam a ter seus serviços recuperados e apresentam números de compras positivos a considerar a atual crise econômica. No entanto, o perfil dos veículos foi alterado, tendo em vista que os compradores estão com o poder aquisitivo reduzido.
Segundo os últimos levantamentos, as compras de carros comerciais novos no mês de junho ficaram 42,5% menor do que o em comparação ao ano passo. Já os carros usados, apresentaram um reajuste de 32,1%, despertando um maior interesse nas concessionárias.
Analistas do mercado explicam que tais números são facilmente justificados mediante o custo benefício do produto. Os carros usados além de serem mais baratos no ato da compra, tendem a ter menos gastos uma vez em que suas peças e manutenções também são mais em conta.
No entanto, é importante lembrar que o número total de veículos usados é bem maior do que os novos. Isso influencia nas estatísticas que mostram que há 3,34 milhões de carros usados contra 763 mil novos somente nesse primeiro semestre. Os números foram levantados pela Fenabrave, a associação de concessionárias nacionais.
Impactos da pandemia nas concessionárias
Os estudos mostram ainda que, aproximadamente 10% das 48.600 lojas de carros usados vão fechar ou já fecharam mediante a pandemia do novo coronavírus. Desse modo, significa que deverá haver uma redução na compra dessa categoria ao longo dos próximos meses.
“Também nos preocupa o desemprego do setor, já que muitas vendas são online”, disse Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, entidade que reúne lojistas de carros seminovos e usados.
Atualmente, esse mercado emprega mais de 650 mil pessoas, direta ou indiretamente. Com o fechamento das unidades, espera-se que mais de 25 mil funcionários fiquem desempregados.
No entanto, o cenário ainda se mostra positivo. Em julho o número de vendas foi o suficiente para equiparar as perdas de abril e maio, fazendo com que os gestores acreditem na possibilidade de fechar o ano com as contas em dia.
“A recuperação tem sido mais rápida do que esperávamos. Esse ano, se continuar como foi junho e está sendo julho, acreditamos que podemos empatar com o ano passado”, disse o presidente da Fenauto.