Caixa Econômica deposita auxílio emergencial para políticos milionários

Parte dos políticos que possuem patrimônio milionário estão dentro da lista de beneficiários do auxílio emergencial que está sendo pago pela Caixa Econômica Federal. Esse levantamento foi feito pelo jornal O Globo, com base nos dados do Ministério da Cidadania e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caixa Econômica deposita auxílio emergencial para políticos milionários
Caixa Econômica deposita auxílio emergencial para políticos milionários (Foto: Google)

O TSE identificou os candidatos a cargos públicos nas eleições de 2016 a 2018, que em suas declarações de bens o valor ultrapassa R$1 milhão e estão recebendo ajuda do governo.

O cruzamento dos dados encontrou cerca de 136 casos de candidatos com mais de R$1 milhão em bens que constam na lista de beneficiários do auxílio emergencial.

Essas pessoas que mesmo declarando o patrimônio ao TSE, tiveram o seu cadastro aprovado e começaram a receber até a segunda parcela. 

Dentro desta lista, estão os que ocupam cargo de prefeito, vice-prefeito, vereador e até mesmo deputado estadual e federal.

Os problemas no cruzamento dos dados para o pagamento do auxílio e nos critérios definidos têm feito com que pessoas de classes mais altas, de A e B, que não seriam o público-alvo do programa, estejam entre os beneficiados.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, já tinha dito que  algumas pessoas de classe média estavam recebendo o benefício de forma indevida.

Em alguns casos o nome da pessoa foi incluída no cadastro por uma outra pessoa, sem seu conhecimento, podendo ter sidos fraudados e estão em investigação por órgãos de controle.

De acordo com a Dataprev, o responsável pelo cruzamento de dados do auxílio emergencial, nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Cidadania, não tinha “previsão legal para verificação do patrimônio dos requerentes”. Isso poderia ter identificado inconsistências cadastrais ou omissões na renda domiciliar na inscrição e no Imposto de Renda.

A empresa disse que os dados do TSE foram usados para identificar o mandato eletivo dos parlamentares.

Segundo, Gil Castello Branco, fundador e diretor-executivo da ONG Contas Abertas, esse erro nos sistemas de informação do governo federal é classificado como uma “colcha de retalhos”. Os dados são disponibilizados em sistemas independentes, que não cruzam a informação entre si e isso faz com que esses erros ocorram.

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