Auxílio emergencial deve servir como plano de investimento em políticas públicas

Cerca de 50 milhões de trabalhadores estão recebendo o auxílio emergencial para conseguir passar pela crise econômica provocada pelo coronavírus. Os especialistas apontam que o país não pode perder a oportunidade de usar o cadastro para atender a situação de emergência.

Auxílio emergencial deve servir como plano de investimento em políticas públicas
Auxílio emergencial deve servir como plano de investimento em políticas públicas (Foto: FDR)

Os trabalhadores que são “invisíveis”, equivalem a seis vezes o tamanho da população de Portugal.

O Tribunal de Contas da União estimou que cerca de 8,1 milhões de benefício foram pagos indevidamente, além de 2,3 milhões de cidadãos que estão no Cadastro Único de programas sociais do governo federal, mas que podem ter sido excluídos do pagamento da ajuda financeira.

Apesar disso, Fernando Gaiger, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que coordenou o Cadastro Único do Ministério da Cidadania de 2008 a 2011, defende que os problemas podem ser corrigidos e o novo cadastro pode ser usados para aprimorar as bases de dados federais já existentes.

“Fizemos um esforço grande de criar esse cadastro e devemos aproveitar a pandemia para melhorar a interlocução entre cadastro e os registros administrativos existentes”, disse.

Um dos criadores do programa Bolsa Família, Ricardo Henriques, afirmou que é possível fazer um cruzamento com a base de dados que o governo já tem e ir melhorando o cadastro emergencial.

Tem um sistema de conferência que poderia tirar com alguma facilidade situações de cadastramento indevido. Cruzar com a base da Receita, pela renda e patrimônio. 

Após isso, ele acredita que é necessário integrar todos os cadastros, assim, agentes comunitários de saúde, assistentes sociais e diretores de escolas podem trocar informações, já tomando por base o cadastro criado para efetuar o pagamento do auxílio emergencial.

A ideia dele é que os dados sejam colocadas em um aplicativo, para ter boas agendas setoriais nas áreas de saúde, de assistência social, educação, saneamento e habitação, “de forma articulada e integrada”.

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