Bolsonaro exclui uso de R$8,6 bilhões para lidar com coronavírus no Brasil

Presidente trava liberação de verba para auxiliar no combate ao novo coronavírus. Nessa quarta-feira (3), o Diário Oficial da União apresentou um decreto do chefe de estado, Jair Bolsonaro, informando que o valor de R$ 8,6 bilhões, utilizado para minimizar os efeitos do covid-19, não será mais repassado para os estados e municípios. A quantia, presente no Fundo de Reservas (FRM) Monetárias, estará impossibilitada para uso temporariamente.  

Bolsonaro excluí uso de R$8,6 bilhões para lidar com coronavírus no Brasil (Imagem: Reprodução - Google)
Bolsonaro excluí uso de R$8,6 bilhões para lidar com coronavírus no Brasil (Imagem: Reprodução – Google)

Para poder justificar sua decisão, Bolsonaro afirmou que a MP que regularizava o repasse iria gerar uma dívida fixa para o governo federal. De acordo com ele, a estruturação do texto, feita pelo Congresso Nacional, estaria violando as regras institucionais. Desse modo, até que o veto seja avaliado pela Câmara e pelo Senado, o montante ficará paralisado.  

Instabilidade política de Bolsonaro

No entanto, é válido ressaltar que o projeto contou com a aprovação de mais de 75 parlamentares. Desse modo, pode-se perceber que há uma falta de diálogo entre o presidenciável e sua equipe. A validação do fundo ocorreu durante o mês de maio e seu repasse deveria ser feito ao longo das próximas semanas.  

“O @govbr vetou repasse R$8,6 bi a Estados/Municípios para não ferir regras orçamentárias e cometer crime de responsabilidade. O $ abaterá dívida pública. Em 28/maio, PR @jairbolsonaro sancionou R$60 bi para combate ao #Covid19, além de diversos créditos ao @minsaude para esse fim”, escreveu em uma rede social o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Jorge de Oliveira. 

Sobre o FRM 

Além de impedir o uso dos R$ 8,6 bilhões, Bolsonaro modificou também o funcionamento do fundo.

Sob a administração do Banco Central, o FRM era atualizado por meio das reservas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e contava com parcerias com instituições financeiras como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  

Seu funcionamento estava paralisado desde o ano 2002, mas com o início da gestão bolsonarista começou-se a avaliar a retomada. Até o momento, não se sabe como será aplicada a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para poder permitir a utilização do dinheiro público.  

É válido ressaltar que, mesmo com a publicação no Diário Oficial, o veto do presidente ainda precisará ser aprovado pelo Congresso.  

 

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.