Os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein reduziram a jornada e aderiram ao corte de salários dos funcionários, isso por conta da queda do número de procedimentos eletivos, isto é, os procedimentos que não são urgentes.
Por conta da pandemia causada pelo coronavírus, os hospitais e clínicas deixaram de realizar procedimentos e cirurgias que mantêm uma boa parte da receita dos hospitais.
Nesta terça-feira (19), os cortes vão acontecer justamente em um momento de investimentos para enfrentar o coronavírus.
Essa decisão está dentro da Medida Provisória 936, que prevê a adoção dos mecanismos por meio de um programa de manutenção de emprego que permite o corte de salários e jornadas.
Em nota, o hospital Sírio Libanês disse que desde o começo da pandemia o hospital vem tomando uma série de medidas para manter o seu quadro de funcionários, como a suspensão de novas vagas, a redução de jornada de trabalho e dos salários das lideranças, remanejamento entre as áreas e realocações de funções.
“Nosso hospital está engajado em superar esse desafio e prestar a assistência necessária nesses momentos críticos”, diz o comunicado.
Já o hospital Albert Einstein também informou em nota que dos seus 15.000 funcionários, 33% estão alocados nas áreas mais afetadas, e sofreram um reajuste de 25% de salário e jornada.
Os responsáveis pelo hospital informaram que as equipes da área assistencial, como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e nutricionistas foram deslocadas, sem receber o reajuste salarial ou de jornada, para áreas hospitalares públicas sob gestão do Einstein que estão atuando diretamente no combate à pandemia, como o Hospital Municipal M’Boi Mirim, o hospital de campanha do Pacaembu e nos outros em que são necessários profissionais da saúde.
Os recursos extras como os de equipamentos e materiais de proteção individual (EPIs) foram destinados ao SUS.
“O Einstein coloca em prática um plano de retomada dos atendimentos e procedimentos de alta complexidade em suas unidades com a separação total dos setores dedicados aos atendimentos habituais e aos restritos a pacientes suspeitos e/ou diagnosticados com o novo coronavírus”, disse no comunicado.
De acordo com especialistas, essa queda da receita já está acontecendo em toda a rede privada do país, pois as medidas de isolamento social estão obrigando hospitais e clínicas a reduzir ao máximo a circulação dentro de seus estabelecimentos.