Credores devem ficar atentos durante o período da pandemia. Em meio a uma das maiores crises econômicas da década, muitos estão preocupados em ficar com o nome sujo no mercado. Os birôs de crédito que analisam se as pessoas são ou não maus pagadores, estão cada vez mais solicitados e por isso há uma necessidade maior em manter as contas em dia. Mesmo com o atual cenário, as marcas continuam avaliando e registrando as dívidas, tendo em vista que o governo não regulamentou o decreto que determinava a suspensão dos cadastros negativados.
No último dia 12, tal situação virou pauta no Senado. Os parlamentares se reunirão para validar uma MP que proibia a inscrição dos devedores nos cadastros negativos. No entanto, o projeto ainda não foi finalizado e está sujeito a modificações realizadas pelos deputados.
Entre os pontos sugeridos, a proposta determina que os inadimplentes registrados depois do dia 20 de março (data em que o país decretou situação de calamidade pública) tenham as cobranças suspensas temporariamente. De acordo com os relatores, a ação poderá minimizar os impactos da crise no mercado financeiro, possibilitando acesso aos serviços de crédito.
Elias Sfeir, presidente da ANBC (Associação Nacional dos Birôs de Crédito), explica que a proposta deve ser vista com cautela, mas que não deve interromper o recebimento dos nomes daqueles que estão em atraso.
Ele defende que caso a suspensão ocorra, poderá afetar a qualidade das informações do setor e gerar um colapso nos birôs, que consequentemente afetaria a economia.
Prolongação dos prazos de renegociação na pandemia
Para Sfeir, uma opção viável é a ampliação dos prazos antes de negativar os credores. Ele afirma que a associação dos birôs já modificou os prazos de publicação no score de 10 para 45 dias. A medida, até o momento, tem validade até 17 de julho, mas está sujeita a prorrogação a depender da decisão do poder público.
“Como resultado disso, devedores e credores terão um prazo alongado para realizar a renegociação, mas colocar uma grande quantidade de recursos sem informação de nada adianta. Como dar crédito a alguém se não o conheço”, defendeu.