Por conta da pandemia do coronavírus, o acesso ao crédito nos bancos está ainda mais difícil para os micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O BNDES decidiu recorrer aos canais digitais para que o dinheiro possa chegar nessas empresas.
A instituição vai emprestar R$4 bilhões para esse público, inclusive para os microempreendedores individuais (MEIs) sem conta em banco, por meio de empresas de maquininhas de cartão, fintechs e para os chamados marketplaces.
Assim como os aplicativos de delivery, ou sites de comércio eletrônico que abrem a sua plataforma para os varejistas menores.
A ideia é que esses intermediários complementem a oferta com mais de R$1 bilhão, fazendo com que a iniciativa empreste para até 100 mil micro e pequenas empresas.
O BNDES vai lançar hoje (7), a chamada pública para que possa escolher esses intermediários digitais. Eles deverão gerir os fundos de crédito para liberar o dinheiro.
Serão até dez fundos, que serão divididos em dois perfis. Um deles terá como foco os empreendedores que vendem via marketplaces, ou por meio de maquininhas, como os restaurantes e ambulantes que aceitem cartão.
Para esses públicos, os juros terão de ser menores que 3,5% ao mês e o empréstimo de até R$200 mil. Ao menos ¾ das operações terão um prazo mínimo de nove meses.
Uma outra categoria de fundos emprestará para a MPMEs em geral. Logo, uma fintech de crédito que não oferece maquininha de cartão, nem marketplace poderá dar o crédito.
O empréstimo será de, no máximo, R$ 2 milhões, e pelo menos três quartos das operações deverão ter prazo de, no mínimo, um ano. Nessa modalidade, o juro final não poderá ultrapassar 4% por mês.
Porém, como o banco fará uma concorrência para selecionar os intermediários, a ideia é que os juros fiquem abaixo desses patamares, de acordo com Filipe Borsato, chefe do Departamento de Gestão de Investimentos em Fundos do BNDES.
Serão levados em conta ainda o impacto social, os prazos e as condições oferecidas nas propostas.
Os pequenos e médios empreendedores já vinham reclamando da dificuldade de tomar empréstimos por meio de uma linha emergencial lançada pelo BNDES no dia 22.