Especialistas defendem pagamento do auxílio de R$600 por SEIS meses

O auxilio emergencial do governo é uma ajuda primordial para muitas pessoas neste momento de crise. A ajuda de R$600 está prevista para ser paga durante três meses, porém, especialistas acreditam que este tempo não é suficiente e o auxílio precisará ser estendido.

Especialistas defem pagamento do auxílio de R$600 por SEIS meses
Especialistas defendem pagamento do auxílio de R$600 por SEIS meses (Imagem FDR)

Em entrevista ao portal Exame, a economista Monica Bolle diz que se neste momento já se observa grandes problemas relacionados ao cadastro para acesso ao auxílio e as filas em agências. Indicando a necessidade de uma lei complementar para aumentar o período de ajuda para seis meses.

“Levando em consideração o que pessoas da linha de frente de pesquisas e combate à covid-19 já sabem, podemos conviver por muito tempo ainda com o vírus, com ou sem vacina. Então é fato que não vai passar tudo em três meses. Já temos um desafio colocado”, disse ela.

Projetos que tratavam de renda mínima já eram discutidos em países desenvolvidos antes mesmo da pandemia, perante o aumento da desigualdade e o risco ao emprego causado pelo avanço da automação.

Mas a pandemia evidenciou a urgência destes projetos já que o isolamento social, uma das principais recomendações para o combate do coronavírus, prejudica o trabalho de cerca de 38 milhões de brasileiros que sobrevivem com o serviço informal e dependem do movimento das pessoas nas ruas.

Diferente dos trabalhadores com carteira assinada, que contam com direitos se forem demitidos ou tiverem a a carga horária reduzida, os informais dependem quase que totalmente do que ganham por dia de trabalho para sobreviver.

A pandemia também serviu para mostrar dois lados socioeconômicos que são protegidos no Brasil. Os mais pobres que representam uma média de 20%, e têm a assistência do Bolsa Família. Já os ricos contam com as leis do trabalho formal.

Entre esses dois extremos, existe cerca de 40% da população que não foi incluído em nenhuma ajuda. Por conta disto, Medeiros, professor especialista em desigualdade, defende a criação de um sistema de proteção muito mais abrangente do que existe atualmente.

Medeiros finaliza dizendo que é preciso considerar outras pandemias do tipo e também problemas ambientais que diante do aquecimento global, acontecerão com mais frequência.