Avanços medicinais geram reações positivas no mercado financeiro. Nessa quarta-feira (29), o dólar registrou seu terceiro dia de queda contra o real, depois de um período sequencial de super valorização. Durante o pregão, a moeda americana, em sua versão comercial, ficou cotada em R$ 5,355, com uma redução de 2,9%. Já na modalidade de turismo, o recuo foi de 2,8%, com venda de R$ 5,57%. Os valores ainda apresentam uma alta para a economia nacional, mas significam a primeira baixa desde o início da pandemia.
Hoje, 30 de abril, a moeda voltou a subir influenciada pela queda na projeção do PIB para os principais países europeus. O valor do dólar chega a R$5,45.
O principal motivo das reduções nesta quarta-feira foi o anúncio feito pela empresa farmacêutica Gilead, onde informou que seu medicamento (remdesevir) apresentou reações contra o teste do novo coronavírus.
Caso o tratamento mostre resultados, trata-se de uma expectativa de melhoria clínica e controle do contágio em todo o território nacional.
Para o mercado, a notícia é vista de forma positiva, levando em consideração que poderá acarretar no afrouxamento das quarentenas e retomadas das atividades, que irão elevar o Produto Interno Bruto (PIB). Desde o início da pandemia, as estatísticas apresentam uma retratação de 4,8% somente nesse primeiro semestre.
“O PIB foi muito ruim. Se não fosse pelo medicamento, o mercado iria piorar bem”, afirmou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.
Avaliação americana do dólar
Nos Estados Unidos a situação também é de instabilidade e crise. A região registrou o maior número de infectados e mortes em todo o mundo. Já foram mais de 60 mil óbitos em todo o país, apenas entre os dois últimos meses.
Mediante a esse cenário, o Federal Reserve (Fed) vem mantendo uma baixa em sua taxa básica de juros, a fixando entre 0% e 0,25%, de modo que possa fomentar a economia. A decisão visa obter uma reação do mercado, que está paralisado pelo isolamento social.
De acordo com o presidente Fed, Jerome Powell, serão utilizadas todas as ferramentas possíveis para poder garantir e minimizar os efeitos da pandemia na economia do país. Ele defende que, com a aplicação das estratégias de contenção, espera que o mercado internacional reaja de forma positiva.
Na última sessão, o dólar tinha fechado com uma queda de 2,6%, apresentando uma cotação de R$ 5,517. Na última semana, sua queda era de cerca de 5,5% frente ao real.