Promessa de ampliação do Bolsa Família não é cumprida e mais de 1 milhão de pessoas seguem sem assistência do poder público. Assim que assumiu o cargo de Ministro da Economia, Onyx Lorenzoni informou que iria ampliar a aceitação de cadastros dentro do programa. De acordo com ele, a aprovação de novos beneficiários iria atingir um número até então não alcançado na história do país. No entanto, mesmo com a crise do Covid-19, isso não aconteceu.
Nesse momento, mais de 1 milhão de pessoas seguem nas filas de espera do projeto, que está se acumulando desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro.
No primeiro trimestre deste ano, Bolsonaro e sua equipe anunciaram que, de fato, o programa não estaria aceitando novos pedidos até que se encerrasse as ações de fiscalização interna para aqueles que já estavam recebendo os auxílios.
Entre abril e maio, foram beneficiadas cerca de 14,27 milhões de famílias, número relativamente maior que os 13,5 milhões contabilizados até o mês de janeiro.
Porém, é válido ressaltar que mesmo com a aprovação dos novos solicitantes, há também um desligamento daqueles que já estavam registrados e dependiam dessa verba para manter o lar.
Pente fino do Bolsa Família em andamento
Intitulada de ação pente fino, a medida de fiscalização dos cadastrados no Bolsa Família tem como finalidade desligar os usuários que não se enquadram nas regras do programa.
Qualquer desigualdade nos comprovantes de renda, endereço ou ausência de cadastros escolares e exames médicos estão sendo considerados motivos para que o Ministério da Cidadania exclua o cadastro.
Do segundo semestre de 2019 até esse momento, mais de 1 milhão de pessoas foram desligadas. Muitos afirmam que o corte não foi notificado, de modo que pudessem corrigir os erros em seus registros.
Outros alegam que as informações repassadas no Cadastro Único estavam dentro das exigências do programa e que ao questionarem o motivo da exclusão são informados que o governo não está permitindo explicitações quanto aos erros encontrados.
De acordo com o presidente, os cortes possibilitarão novas entradas no programa, de modo que beneficie um número maior de pessoas. Até o momento, com a crise do Covid-19, espera-se que para o próximo mês o número de beneficiários seja amplificado, levando em consideração a busca pelos R$ 600 do auxílio emergencial.