Diminuição de salário e jornada faz parte de 1/2 dos acordos entre patrão e empregado

Crise do coronavírus impacta na economia nacional e apresenta redução de jornada e salário em diversas regiões do Brasil. Entre as medidas mais solicitadas durante o período da pandemia, empregados e empregadores estão aderindo a negociações que tem como finalidade diminuir o tempo de produção e automaticamente o valor da renda, de modo que possa garantir o funcionamento de serviços e empregos.  

Diminuição de salário e jornada faz parte de 1/2 dos acordos entre patrão e empregado (Imagem: Reprodução - Google)
Diminuição de salário e jornada faz parte de 1/2 dos acordos entre patrão e empregado (Imagem: Reprodução – Google)

De acordo com a pesquisa Salariômetrorealizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), entre o dia 17 de março e até a primeira semana de abril, foram registradas mais de 1.045 cláusulas sendo 188 (18%) voltadas para a redução de jornada, 187 (17,9%) solicitando a redução de salário e 181 (17,3%) pedindo a suspensão de contratos de trabalhos. 

“A empresa tem todos esses mecanismos para usar em sequência e para não precisar mandar o trabalhador embora”, afirmou o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Salariômetro, Hélio Zylberstajn. 

Análise Federal 

De acordo com os dados contabilizados pelo Ministério da Economia, até o dia 16 de abril, mais de 1,7 milhão de brasileiros tiveram modificações em seus contratos. Dentro desse número, há reajustes de carga horária, salário, negociações de férias, home office e suspensão temporária.  

Para poder minimizar os efeitos dessa crise, o governo federal anunciou que irá custear os valores dos seguros desempregos e completar a renda daqueles que tiverem os salários cortados.

Isso significa que, um trabalhador que recebe em média R$ 2.000, se tiver um corte de 50%, receberá R$ 1.000 da empresa e R$ 1.000 do poder público. As negociações, para serem seguradas pela união, precisam ser aprovadas pelos sindicatos da categoria.  

Segundo os números levantados, os setores mais afetados são: 

  • Bares, restaurantes, hotéis e similares (22% do total) 
  • Transporte, armazenagem e comunicações (21,6%) 
  • Comércio atacadista e varejista (12,9%) 
  • Confecções, vestuário, calçados e artefatos de couro (11,8%) 
  • Indústria metalúrgica (4,7%). 

Ao avaliar a situação por região, os locais com o maior número de negociações são Pernambuco (18,4%), Paraná (16,9%), São Paulo (13,7%), Rio Grande do Sul (11,8%) e Minas Gerais (9,8%).  

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.