Nesta quarta-feira (22), a Receita Federal divulgou a arrecadação das receitas federais do país que registraram uma queda de 3,32% no mês de março, totalizando R$109,718 bilhões. Tudo isso em meio à pandemia causada pelo coronavírus.
A comparação foi realizada com o mesmo período do ano passado, 2019, descontada a inflação.
Esse foi o menor valor para o mês desde março desde 2010, em que foram recolhidos R$105,717 bilhões.
As receitas que são administradas pela Receita como impostos e contribuições federais, chegaram a R$107,390 bilhões, o que resultou em queda real de 3,67%, descontando a inflação.
Já as receitas que são administradas por outros órgãos, principalmente pelo royalties do petróleo, somaram juntas R$ 2,327 bilhões, com expansão de 15,9% em relação ao mês de março do ano passado.
Entre janeiro e março, a arrecadação total chegou a R$401,138 bilhões, com um aumento real de 0,21% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O crescimento na arrecadação do primeiro trimestre se deu por conta das receitas administradas por outros órgãos que ficaram em R$17,659 bilhões, com expansão de 19,71%.
Já as receitas que são administradas pela receita federal atingiram R$383,479 bilhões, com queda real de 0,53%.
De acordo com o Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, os resultados de março ainda não refletem totalmente os efeitos do isolamento social, que se faz necessário para combater o coronavírus.
“A arrecadação do mês de março reflete majoritariamente os fatos geradores do mês anterior, a exceção dos tributos com incidência diária, como o Imposto de Renda na Fonte e o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] vinculado às operações de comércio exterior”, disse.
Porém, em março, as empresas usaram o direito das compensações tributárias e isso levou a redução na arrecadação.
No momento que uma empresa recolhe os valores acima do que é devido, pode fazer a compensação.
“Na iminência de uma perda de liquidez, de incapacidade de continuar honrando os seus pagamentos, as empresas no mês de março lançaram mão do seu direito de compensação”, disse Malaquias.
As compensações tributárias apresentaram crescimento de 53,43% em março, e de 55,69% no primeiro trimestre, comparado a iguais períodos de 2019.