Apesar do pacote de contenção de crise já anunciado por bancos e instituições públicas, pesquisa revela que 60% dos microempresários tem solicitação de crédito negada. Na última semana, o Sebrae realizou um levantamento com 6.080 empreendedores, que afirmaram estar tendo dificuldade para fecharem contratos de empréstimo com as instituições financeiras.

De acordo com o estudo, realizado entre os dias 3 e 7 de abril, a classe vem recebendo “não” dos bancos sob a justificativa de recursos ineficientes.
No entanto, tais instituições ainda assim seguem anunciando campanhas de empréstimo e financiamento, desenvolvidos, segundo as mesmas, para minimizar os efeitos do Covid-19 na economia nacional.
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Conforme os dados levantados, cerca de 88% dos entrevistados apresentaram uma queda de faturamento do mês de maio para cá. Segundo eles, os micro negócios só conseguirão se manter, com as portas fechadas, pelos próximos 23 dias.
A categoria afirma que há um custo para garantir a aplicação da marca. Além disso, relembrou despesas como o pagamento de funcionários, espaços físicos, fornecedores e demais demandas.
Medidas propostas pelo Governo Federal
Diante da situação, o Ministério da Economia vem anunciando um pacote de contenção que tem como principal alvo os microempreendedores individuais (MEI). No entanto, os entrevistados afirmam que, as propostas ainda não surtem efeitos no mercado que segue sobrevivendo por um curto espaço de tempo.
Até o momento, o governo federal já divulgou a criação de um programa de financiamento de salários, que custará cerca de R$ 40 bilhões para poder reduzir o número de empregos. A proposta, já validada, deverá funcionar por meio do BNDES que ainda não apresentou os prazos da liberação.
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Visando lucro nesse cenário, algumas marcas de instituições financeiras foram notificadas por estarem aumentando suas taxas de juros. No fim de março, a associação de lojistas solicitou que o Banco Central se posicionasse contra o aumento das cobranças, alegando se tratar de uma medida de risco para o desenvolvimento do mercado nacional.
Questionado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que estava por fora da situação, mas que, em parceria com o governo, anunciará em breve um programa exclusivamente focado para a recuperação desse setor.