Apesar dos rumores afirmando que os brasileiros terão direito a saques de até R$ 6 mil em um novo FGTS liberado. Especialistas em direito do trabalho afirmam que a alegação é falsa e não ocorrerá conforme circula na mídia. Segundo a própria legislação em vigor atualmente, o benefício só ficará disponível em decreto de calamidade pública ocasionados por desastres naturais, não incluindo a pandemia na aceitação do pagamento.
Cientes da situação, a equipe de reportagem do UOL foi questionar a Caixa Econômica Federal sobre quem teria acesso ao pagamento.
A instituição respondeu que o valor, de fato, só pode ser ofertado em caso de situações como enchentes, incêndios, entre outros fatores relacionados a natureza, e que a atual pandemia do Covid-19 não está inclusa no texto da proposta.
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Isso significa que, mesmo aqueles infectados ou que perderam seus trabalhos por causa da doença, não poderão ter acesso ao suposto novo benefício, tendo em vista que este não é assegurado por lei.
FGTS liberado na crise do Covid-19
Apesar da Organização Mundial de Saúde ter decretado estado de calamidade pública, o decreto ainda não é válido para a liberação do FGTS. Isso só poderia acontecer se o atual presidente, Jair Bolsonaro, modificasse o texto e incluísse casos de pandemia para a aprovação do pagamento.
Atualmente, exceto pela modalidade imediata e aniversário, quando for relacionado a pagamentos emergenciais, o FGTS só libera recursos em casos de calamidade pública justificadas por:
- Vendavais ou tempestades;
- Vendavais muito intensos ou ciclones extratropicais;
- Vendavais extremamente intensos, furacões, tufões ou ciclones tropicais;
- Tornados e trombas d’água;
- Precipitações de granizos;
- Enchentes ou inundações graduais;
- Enxurradas ou inundações bruscas;
- Alagamentos;
- E inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar.
“Não há previsão legal para saque do FGTS pela motivação utilizada para decretação de calamidade pública federal”, afirmou a Caixa na reportagem.
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Modificações na lei
Mediante a situação, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues afirmou que sua equipe está estruturando formas para que permita os novos saques.
Ele alega que, em parceria com o ministro da economia, Paulo Guedes, está examinando as possibilidades que beneficiem a população e colaborem com a movimentação econômica durante o período de crise.