Dólar tem 12° sessão seguida de alta e casas de câmbio cobram R$5 na moeda

Elevações da moeda americana impactam a economia nacional. Nessa quinta-feira (5), o Banco Central registrou o 12° aumento consecutivo do dólar, que chegou, pela primeira vez, ao valor de R$ 4,65. De acordo com a instituição, o número representa um acréscimo, somente este ano, de 15,99% e deverá modificar as taxas de juros.

Dolar tem 12° sessão seguida de alta e casas de câmbio cobram R$5 na moeda (Imagem: reprodução - google)
Dolar tem 12° sessão seguida de alta e casas de câmbio cobram R$5 na moeda (Imagem: reprodução – google)

Visando avaliar o cenário e conter crises, o banco anunciou que, nos próximos dias 17 e 18 de março, se reunirá com um comitê para definir as alterações nas taxas de juros que vem batendo um recordo de 4,45% ao ano.

Um dos principais motivos atrelados a esse encarecimento, diz respeito a proliferação do coronavírus mundialmente. Sobre isso, especialistas econômicos afirmam que trata-se de uma ameaça as cadeias de suprimentos.

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“Todo esse movimento é global. Há uma apreciação do dólar geral. Quando que uma vacina será descoberta? Quando aparecerá uma cura?” questionou Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon.

Analistas também afirmam que as alterações no corte de juros nacional vem enfraquecendo o interesse dos investidores estrangeiros, fazendo com que o real seja desvalorizado.

Reflexões do governo

Questionado sobre tais números, o ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou estar ciente da situação e alegou que as modificações do câmbio são reflexos de sua gestão. Ele defende que é preciso ter confiança no poder público e nos projetos em andamento, como as reformas tributárias e previdenciárias.

“É um câmbio que flutua. Se eu fizer muita besteira, ele pode ir para esse nível (de R$ 5). Se eu fizer muita coisa certa, pode descer. Com a as reformas, mais rápidos são retomados os investimentos, e o dólar acalma.”

Ações de contenção do dólar no Banco Central

Tentando amenizar os possíveis efeitos da alta, o Banco Central anunciou um novo leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, no valor de US$ 1 bilhão.

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No entanto, a ação não vem sendo bem vista pelas demais instituições. Luiz Masagão, diretor de Tesouraria do Santander, Luiz Masagão, criticou a estratégia e disse que está é uma forma de fazer descaso para com os números.

“O BC vem nesse discurso de que dólar alto não é problema, de prover liquidez apenas com ações pontuais, mas o movimento hoje mostra que os leilões não estão mais fazendo impacto sobre os preços. Na verdade, estão praticamente ignorando e passando por cima, o que corrobora a visão de que é um movimento especulativo”, afirmou o gestor em entrevista ao Valor.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.