Mediante cenário de instabilidade, empreiteiras começam a buscar por novas alternativas para poder se manter nas construções do Minha Casa Minha Vida. A MRV, considerada umas das maiores empresas nacionais que trabalham com o MCMV, está estudando propostas de financiamento para os beneficiários da faixa 1. Segundo seus gestores, trata-se de um plano de ação que tem como objetivo manter-se no projeto e ampliar o portfólio.

A ideia é que ainda nesse ano, a marca lance ofertas para clientes cuja a renda familiar esteja fixada entre R$ 2.000 a R$ 2.800. Com a crise no programa, o setor privado começa a se movimentar para garantir suas atividades, de modo que ainda se enquadre no perfil dos beneficiários.
Para a construtora, o objetivo principal de 2020 é elaborar um plano de expansão nos dois segmentos, tanto para clientes de rendas mais altas, quanto para as famílias que vivem na base salarial.
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“Até 2018, a gente basicamente fazia Minha Casa, Minha Vida. Mais de 90% do nosso portfólio era relacionado ao programa”, afirmou o copresidente da MRV, Rafael Menin, em entrevista ao Valor Econômico.
Segundo ele, com as alterações nas taxas de juros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que deixou de ser de 11,5% para ficar em 7,5%, sua marca passou a considerar a possibilidade de venda para pessoas com um maior poder aquisitivo, por meio do SBPE.
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“Pela primeira vez na história recente, os juros do SBPE estão iguais ou, em alguns casos, até menores do que os do segmento faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida. Clientes que ganham entre R$ 4 mil a R$ 7 mil hoje podem comprar usando o financiamento Minha Casa, Minha Vida ou o financiamento do SBPE”, explicou.
Para Menin, trata-se de uma mudança conjuntural que faz com que os juros do mercado, de 7%, entrem em competitividade com as taxas do MCMV, que atualmente está em 8%.
“Nesse segmento logo acima do Minha Casa, Minha Vida, que é o que a gente chama de linha Premium, a MRV vai experimentar um crescimento grande nos próximos anos”, afirmou.
Segundo ele, nos próximos 3 anos, a ideia é que as operações de vendas da empresa relacionadas ao MCMV passem a ser inferiores a 50%.