Crise no Minha Casa Minha Vida não atrapalha setor de construção

Mesmo com instabilidade e entraves que fizeram surgir uma crise no Minha Casa Minha Vida, o setor de construção apresenta um acréscimo econômico de quase 10%. Na última semana, a Câmara da Construção, a CIBC, divulgou um balanço onde mostra que a compra de imóveis aumentou 15,4% em 2019. Segundo os dados, a aquisição teve como enfoque pessoas de classe média alta, que estavam em busca de apartamentos para residir.

Crise no Minha Casa Minha Vida não atrapalha setor de construção (Imagem: Reprodução - Google)
Crise no Minha Casa Minha Vida não atrapalha setor de construção (Imagem: Reprodução – Google)

Com a crise do Minha Casa Minha Vida, esperava-se uma redução no desenvolvimento desse mercado.

Entretanto, José Carlos Martins, presidente da CIBIC, explicou que mesmo com a diminuição do orçamento do FGTS, as aplicações na poupança supriram o défice, permitindo que os brasileiros pudessem dar entrada em seus financiamentos.

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Ao todo, entre os imóveis mais requisitados, estão os apartamentos localizados em bairros mais desenvolvidos. É válido ressaltar que esse número é um diferencial, tendo em vista que mais de 50% das vendas do projeto são direcionadas para os condomínios habitacionais subdesenvolvidos.

A categoria de venda para a classe C deixou de ser de 50% (em 2019) para torna-se de 45%. De acordo com os dados levantados, ao longo dos últimos doze meses, foram negociadas 130.434 unidades residenciais novas, alta de 9,7%.

A expectativa é que os números continuem crescendo este ano, tendo em vista o momento propício de investimento na poupança e a baixa de juros. Um dos estados onde o setor civil mais está se destacando é em São Paulo e na sequência espera-se demais regiões como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Sobre a possível crise no Minha Casa, Minha Vida

Esse ano, o projeto vem passando por reformulações, propostas pelo então presidente Jair Bolsonaro.

Entre as medidas, está a modificação na forma do pagamento, que passará a ser concedido por meio de um voucher destinado aos engenheiros escolhidos pelos beneficiários.

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Além disso, há a exclusão das faixas 1 e 2, que serão substituídas pela política de vouchers, permitindo que os cadastrados consigam reformar ou já comprar um imóvel pronto.

No entanto, no que diz respeito a crise, o governo federal vem encontrando problemas para definir o valor necessário para custear as ações do MCMV ao longo desse ano.

O orçamento aprovado em janeiro, não bate com a quantia precisa pelas normas da União e desde então a solicitação de novos financiamentos foram travadas.

Além disso, diversas entregas não foram feitas e os subsídios do FGTS para custear o programa foi cortado em R$500 milhões ao ano, de 2020 até 2023.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.